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Esportes

Apreensão com risco de contaminação por covid-19 abre semana dos Jogos Olímpicos

O Japão enfrenta uma nova onda do novo coronavírus, com cidades em estado de emergência faltando poucos dias para a abertura das Olimpíadas

Apreensão com risco de contaminação por covid-19 abre semana dos Jogos Olímpicos

Foto: Agência Brasil

TÓQUIO, JAPÃO – A semana da abertura dos Jogos de 2020 começa em Tóquio sob apreensão de delegações com o risco de contaminação de covid-19 e medidas de isolamento de casos identificados ou de contato próximo com infectados.

Ao menos seis atletas e dois integrantes da equipe britânica foram isolados no fim da tarde de domingo (18) após a confirmação de que tiveram contato no voo para o Japão com um passageiro que testou positivo para o novo coronavírus.

Mais cedo, foram anunciados os dois primeiros casos de atletas contaminados na Vila Olímpica, espaço onde os competidores e outros membros das equipes se hospedam durante os Jogos.

Além deles, um terceiro atleta, que está fora da Vila, também teve diagnóstico confirmado. Esses são os três casos considerados oficiais pelo comitê japonês envolvendo esportistas. Não foram divulgadas informações oficiais sobre a nacionalidade deles, nem seus nomes.

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Mais tarde, a seleção sul-africana de futebol confirmou que seus jogadores Thabiso Monyane e Kamohelo Mahlatsi tiveram testes positivos na Vila. De acordo com o jornal britânico The Guardian, trata-se do mesmo caso.

Na manhã de domingo em Tóquio, em entrevista coletiva no centro de imprensa dos Jogos, os dirigentes do comitê local foram cobrados sobre as possíveis falhas na “bolha olímpica” criada com objetivo de evitar contaminações.

Conforme mostrou o jornal Folha de S.Paulo, as regras têm mostrado sinais de fragilidade, aumentando a resistência da população de Tóquio ao evento. A cerimônia de abertura da Olimpíada está marcada para a próxima sexta-feira (23).

Em nota, a Associação Olímpica Britânica afirmou que toda a delegação que desembarcou no dia 15 “testou negativo no aeroporto e continuou assim depois da chegada no Japão.

Os nomes dos oito participantes isolados nas instalações da delegação britânica em Yokohama não foram revelados. Eles passarão por novos testes de Covid nas próximas 48 horas. Pelo protocolo da organização, podem ser liberados em caso de resultados negativos.

O episódio ganhou destaque na mídia britânica por poder ameaçar planos de medalha de atletas. Segundo o jornal The Guardian, as estrelas locais Katarina Johnson-Thompson, Dina Asher-Smith e Laura Muir, que competem no atletismo, não estariam entre os seis isolados.

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Na semana passada, sete integrantes do time de rúgbi da África do Sul entraram em quarentena de quatro dias depois de terem contato próximo com passageiro em voo para Tóquio, assim como ocorreu com os britânicos.

A confirmação de dois casos de Covid-19 entre atletas na Vila Olímpica de Tóquio antecedeu em poucos minutos uma bateria de entrevistas com atletas brasileiros na zona internacional da residência, onde são permitidas interações entre imprensa e participantes desde que cumpridas normas de distanciamento.

Os brasileiros foram surpreendidos com a notícia dos primeiros casos entre atletas no local, dada a eles pelos jornalistas. As autoridades japonesas impuseram um rígido controle de testes antes da chegada e do desembarque no país. Todos devem apresentar testes prévios negativos e repetir um exame de saliva no aeroporto – além de repetir exames durante os Jogos.

Hidemasa Nakamura, diretor do comitê organizador da Tóquio-2020, afirmou que a situação está sob controle. De acordo com o dirigente, os atletas diagnoticados na Vila Olímpica foram isolados nos seus quartos, inclusive para refeições. “Não gostaríamos de ter nenhum caso. Acredito que a situação esteja sob controle. Quando a pessoa é identificada com teste positivo, é isolada e as pessoas que tiveram contato direto são rastreadas”, disse.

Também foi informado que os demais integrantes da equipe foram colocadas em quarentena. A previsão é que a Vila receba 11 mil atletas de 200 países e mais 7.000 pessoas entre demais membros das delegações.

Os dirigentes locais reforçaram as medidas em curso para reduzir os riscos de transmissão da Covid-19, mas admitiram que devem investigar as causas que têm levado a testes positivos apesar de protocolos rígidos não só nos espaços olímpicos como também nos aeroportos.

Neste sábado (17), a residência olímpica tinha contabilizado o primeiro caso internamente, mas em uma pessoa ligada aos Jogos, não atleta. Segundo dados oficiais do evento, já são 55 pessoas diagnosticadas com Covid-19 vinculadas à Olimpíada desde o dia 1º de julho.

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Além da Vila, os competidores estão se hospedando em hotéis e em bases de aclimatação organizadas por suas respectivas delegações. O presidente do COI (Comitê Internacional Olímpico), Thomas Bach, tem adotado um discurso de que os jogos serão seguros, com risco de transmissão mínima.

Os casos identificados na Vila Olímpica, no entanto, expõem os organizadores porque é o espaço onde os atletas estão hospedados para as competições.

Até agora, 18 mil pessoas chegaram no Japão com o mínimo de dois testes prévios negativos, segundo os organizadores. Eles ressaltaram ainda que um outro exame é feito em cada um no aeroporto, após o desembarque.
Diante da resistência da população local aos Jogos Olímpicos, o presidente do COI pediu para os japoneses apoiarem o evento.

“Meu apelo é para que os atletas sejam bem recebidos pela população japonesa”, declarou Bach, garantindo que os Jogos serão seguros com as medidas restritivas anti-Covid estabelecidas pelas autoridades locais.

(*) Com informações da Folhapress

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