Manaus, 18 de março de 2024
×
Manaus, 18 de março de 2024

Artigos & Opinião

Apostas dos candidatos

Um processo eleitoral que já teve inúmeros prejuízos de mobilidades na pré-campanha, causados pela pandemia na saúde pública

Apostas dos candidatos

Falta pouco mais de um mês para o primeiro turno das eleições municipais de 2020. Um processo eleitoral que já teve inúmeros prejuízos de mobilidades na pré-campanha, causados pela pandemia na saúde pública que ainda assola as cidades brasileiras. Agora, já no início oficial da campanha, os partidos políticos e os candidatos perceberam o quanto é oneroso fazer campanha nas ruas. Gastos com contratos de pessoal, com álcool em gel, com combustíveis, transportes, com material, além da necessidade de assegurar o distanciamento entre os funcionários e evitar aglomerações populares. Com isso, os programas eleitorais no rádio, na televisão e também na internet elevam-se como grandes apostas dos partidos políticos e dos candidatos, a fim de conquistar a maioria do eleitorado que continua apática, sem qualquer envolvimento com os candidatos.

Eleições

Não é barato produzir programas de campanhas no rádio e na televisão. Porém, possuem abrangências, chegam em quase todos os lares. Um bom programa de rádio e de televisão que coloca o currículo do candidato “dentro” da casa do eleitor, assim como propostas reais de solução para os problemas conhecidos da cidade de Manaus, é uma estratégia que poderá levar o candidato a obter êxito. Dessa forma, o eleitorado terá informações necessárias e, adicionando informações coletadas de outros meios de comunicação, poderá fazer uma escolha baseada em mais dados informativos, o que o ajudará a votar com responsabilidade.

Porém, pela atual legislação, nem todos os partidos e candidatos possuem tempo de televisão e de rádio para promoção de suas campanhas, e ainda lhes faltam recursos públicos para espalhar as propagandas nas ruas e nos bairros distantes. Nesses casos, a internet acaba sendo o meio mais barato e democrático, com grande poder de alcance social, disponível a todos os candidatos, sejam ricos ou pobres.

A propaganda na internet possibilita maior interação com o eleitor, com postagens pelo candidato e com o retorno rápido da aceitação ou não das mensagens lançadas. Além disso, o candidato pode ficar acompanhando o engajamento do eleitor ou do receptor na campanha. A rede de computadores, pela sua dinâmica, se constitui, também, no meio para responder a um ataque dos adversários. Não é à toa que ela vem se tornando uma das maiores aliadas nas campanhas políticas em todo o mundo. Para se ter uma ideia, segundos depois de ser atacado, o candidato pode não deixar qualquer questionamento sem resposta, com rapidez que uma decisão judicial não tem.

Mas, tanto as campanhas no rádio e na televisão, quanto na internet, possuem proibições. Na internet, por exemplo, o impulsionamento pago do material de campanha só pode ser realizado pelo candidato, pelo partido político e pela coligação, não sendo autorizado por terceiros, além de serem vedadas mensagens caluniosas e fake news. Na televisão e no rádio não poderão ser usadas montagens, truncagens, efeitos especiais, computação gráfica, desenho animado, calúnia e difamação contra os concorrentes.

Nas eleições de 2018, o eleitorado surpreendeu a todos. Candidaturas sem experiências administrativas e recursos venceram. Agora, a maioria dos eleitores ainda está apática sobre as eleições, reflexo da pandemia e também de decepções com os vitoriosos nas últimas eleições.

Nessas eleições, os candidatos apostam nos discursos sobre o “novo” na política, a credibilidade e a importância da experiência de gestão que estão na televisão, no rádio, na internet, nas ruas e nos comícios, como meio para conquistar o voto. Numa eleição majoritária que caminha para dois turnos, ninguém poderá cantar vitória antes do término do pleito.