Manaus, 28 de março de 2024
×
Manaus, 28 de março de 2024

Cidades

Artistas amazonenses debatem o sentido da arte e LGTQI+ nas artes cênicas em encontros virtuais

O projeto 'Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas' segue realizando encontros on-line para discutir assuntos envolvendo a arte

Artistas amazonenses debatem o sentido da arte e LGTQI+ nas artes cênicas em encontros virtuais

Foto: Divulgação

Os artistas Miro Messa, Diego Leo e Dimas Mendonça realizam, durante os dias 5 (segunda-feira), 7 (quarta-feira) e 9 (sexta-feira), às 19h, o encontro on-line do projeto: “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas”. O encontro vai trazer à tona temas como sentido da arte, processos criativos, autoconhecimento, identidade e LGBTQI+ nas artes cênicas.

Na ultima segunda-feira (5), o tema colocado em pauta foi “Processos Natimortos – Pra quê Arte?”, onde o artista, Dimas Mendonça, falou sobre o “Processo Natimorto”, uma pesquisa que ele desenvolve desde 2010. O “Processo Natimorto” estuda experimentações em torno da ideia de vida e morte.

“Experiências fugazes, efêmeras, temporárias, de grito, de impermanência, de ‘indurabilidade’, como procedimentos de pesquisa, laboratório e estudos da vida social, para a cena, ato estético”, falou Dimas.

Ao mesmo tempo em que refaz esse percurso, Dimas empreende uma busca dialética pelos sentidos de seu trabalho e da própria arte.

“Quanto tempo dura minha pesquisa? Para que serve? A quem serve? Quem vê? O que vê?”, questiona. “São conversas sobre o Pra Quê?”.
Já nesta quarta-feira (7), é a vez de Miro Messa falar sobre questões artísticas e o processo criativo como influências fortes e identidade fixa, e inspiração como iluminação pessoal.

Miro, como artista, foca no teatro e gosta de se aventurar na escrita. Além disso, o artista avalia a aproximação entre o espectador e o artista, para ele tem uma relação simples, porém expressiva.

“A linguagem direta e clara é uma forma de se colocar mais acessível mesmo aos que não possuem um acesso constante e direto com as mais variadas formas do fazer artístico”, assinala Miro, que revela boa expectativa com o encontro on-line, como o novo que se soma entre os aprendizados que compõem o dia a dia a vida e a arte. “Gosto de como as coisas nunca estão compostas, todos os dias são uma nova forma de aprendizado e compreensão, seja no mundo profissional ou pessoal”, relatou o artista.

Encerrando o bate papo, na sexta-feira (9), Diego Leonardo levanta a discussão sobre o autoconhecimento e o LGBTQI+ nas artes cênicas, o tema da conversa será “Da vida à cena – A revolução do ser”. O artista levanta questões a partir da sua vivencia como homem gay e nortista.

“Acredito que as dificuldades no mercado de trabalho que tive por ser quem eu sou impulsionaram a minha necessidade de escancarar para o mundo o quão cruel ele ainda pode ser”, afirma.

Para Diego, o processo de autoconhecimento não é tão simples, mas “é crucial perante a sua honestidade artística”.

“O percalço no meu processo de entendimento no mundo sem dúvida moldou o artista que sou hoje”, diz ele, que enfoca a identidade sexual em sua arte: “Desde 2016 venho trabalhando em processos teatrais que abordem temáticas sobre a comunidade LGTQI+ como uma forma de reivindicar o nosso espaço nesse lugar”.

Para participar dos encontros on-line, basta conferir os links de acesso no dia de cada atividade, no Pitiú Textual das Artes (medium.com/pitiutextualdasartes) e nas redes do site, no Facebook, Instagram e Twitter.

Conheça os artistas

Dimas Mendonça é ator, performer e produtor independente. Seu espetáculo solo “Tartufo-me” foi selecionado e apresentado no Cena Contemporânea 2018 – Brasília. Iniciou a carreira profissional como ator no Grupo de Teatro do Sesc (Tesc). É formado em Teatro – Atuação e Direção Cênicas, pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Colaborou com artistas como Francisco Rider, nas performances “Chãu”, “Alter Chão” e “Nudez”, e Francis Madson, na peça “Por que pular degraus se a gente pode voar”.

Nascido e criado em Manaus, Miro Messa Moraes começou no curso de Iniciação Teatral Adulto pelo Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, em 2016, e desde então participa de montagens teatrais, curtas-metragens, clipes musicais, oficinas, pesquisas, experimentos e outras atividades. O palco diretamente ligado a peças teatrais é o maior foco do artista, que também transita com muito prazer na escrita como manifestação artística.

Nascido em Tabatinga (AM), na Tríplice Fronteira com a Colômbia e o Peru, Diego Leo veio para Manaus em 2013 para cursar Teatro na UEA, onde se formou ator e diretor em 2018. Segue desde lá como artista independente, numa carreira sempre em busca de experimentações. Tem experiências com o público infantojuvenil, em trabalhos com a Cia. Trilhares, e com teatro musical. Faz parte ainda do projeto TriplicArt, onde trabalha ministrando oficinas de teatro para indígenas da etnia Tikuna.

Projeto

O “Jovens Artistas” é um projeto on-line com foco em arte, formação e ideias, protagonizado por artistas de Dança, Teatro, Artes Visuais, Literatura e Performance do Amazonas. A iniciativa promovida pelo Pitiú Textual das Artes tem oficinas, bate-papos e performances em torno de temáticas e linguagens do fazer artístico contemporâneo. As atividades virtuais e gratuitas iniciaram no dia 29 de março e seguem até 24 de abril.

A programação completa e outras informações sobre o projeto podem ser obtidas no site Pitiú Textual (medium.com/pitiutextualdasartes) e perfis no Facebook (@pitiutextual), Instagram (@pitiu_textual) e Twitter (@pitiutextual).

O projeto “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas” foi contemplado pelo edital emergencial Prêmio Feliciano Lana – Lei Aldir Blanc e conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura.

Pitiú Textual

O Pitiú Textual das Artes é um site voltado à difusão de informações, ideias e experiências relacionadas aos cenários de Dança, Teatro e Performance de Manaus e de outros centros do circuito artístico brasileiro. O projeto é uma iniciativa do artista Francisco Rider e do jornalista Jony Clay Borges.

 

 

(*) Com informações assessoria