Manaus, 3 de julho de 2024
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Brasil

Autoridades tentam localizar responsáveis por naufrágio em Belém

Equipes de busca resgataram mais um corpo; total de vítimas chega a 19.

Autoridades tentam localizar responsáveis por naufrágio em Belém

Foto: Divulgação

Dois dias após a lancha Dona Lourdes II naufragar próxima à Ilha de Cotijuba, em Belém (PA), com um número ainda incerto de pessoas a bordo, a Polícia Civil (PC) continua tentando localizar os responsáveis pela embarcação que naufragou, pois ainda ninguém se apresentou para prestar esclarecimentos.

Na manhã deste sábado (10), as equipes de busca e salvamento localizaram mais um corpo, que foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para ser identificado. Com isso, subiu para 19 o total de pessoas mortas no naufrágio ocorrido na manhã da última quinta-feira (8). As vítimas fatais já contabilizadas são 11 mulheres, cinco homens e três crianças.

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Sessenta e cinco pessoas que viajavam no Dona Lourdes II foram encontradas com vida. Os dois últimos destes sobreviventes foram resgatados por ribeirinhos que os encontraram próximo à cidade de Ponta de Pedras (PA).

Um inquérito policial foi instaurado no mesmo dia do acidente para tentar definir as causas do naufrágio e estabelecer responsabilidades. No âmbito criminal, há a possibilidade do proprietário da lancha ser indiciado por homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar.  Além disso, a Marinha também instaurou um inquérito para apurar o fato.

Segundo apuração preliminar, a embarcação pertence à mão de Marcos de Souza Oliveira. De acordo com a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon), não só a empresa de Oliveira já tinha sido notificada devido a irregularidades operacionais, como a Marinha já tinha impedido que ele utilizasse outras duas embarcações (Clicia e Expresso) para transportar passageiros, já que não estava autorizado a oferecer este tipo de serviço.

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As autoridades estaduais ainda não sabem ao certo quantas pessoas estavam a bordo da lancha no momento em que ela afundou. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), embora a lotação declarada fosse de 82 pessoas, incluindo a tripulação, a incerteza decorre do fato de a embarcação funcionar irregularmente, embarcando passageiros em portos clandestinos.

Ainda de acordo com a Segup, as buscas por corpos e possíveis sobreviventes foram retomadas nesta manhã. Onze embarcações e duas aeronaves dos órgãos de segurança estaduais e da Marinha estão sendo empregadas. Como a lancha Dona Lourdes II parece estar mais estável no leito do rio, mergulhadores estão verificando se há vítimas presas sob a embarcação. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Hayman Souza, já havia comentado esta hipótese ontem (9).

“Seguimos as buscas pelos desaparecidos. Estamos na estratégia de movimentar a embarcação, até porque ela não se encontra encostada no fundo do rio e isso coloca em risco a operação de mergulho, que é muito técnica e depende de algumas características do local”, disse Souza. “Nessa movimentação, provavelmente, outros corpos poderão ser encontrados”, antecipou o coronel, garantido que os trabalhos só serão encerrados quando todos os desaparecidos forem encontrados.

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Em nota, o Ministério Público do Pará informou que já está adotando todas as providências cabíveis nos âmbitos criminal, cível e administrativo para responsabilizar quem quer que tenha “concorrido para mais esse fatídico episódio”. Para o órgão, o “trágico e triste incidente” agrava “a mácula do transporte fluvial” no estado, marcado por outras tragédias semelhantes ao longo dos anos.

(*) Com informações da Agência Brasil