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Bolsonaro recebe credenciais de embaixadora de Guaidó

Bolsonaro enviaria uma "provocação desnecessária", justamente no momento em que os generais conseguiram reduzir a tensão na fronteira.

Bolsonaro recebe credenciais de embaixadora de Guaidó

Contrariando o conselho de seus assessores militares, o presidente Jair Bolsonaro recebeu, nesta terça-feira (4), as cartas credenciais da embaixadora para o Brasil do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Na semana passada, a Folha de S.Paulo mostrou que María Teresa Belandria -indicada por Guaidó para representá-lo no Brasil em fevereiro- havia sido desconvidada da cerimônia desta terça, da qual também participam os novos chefes das missões diplomáticas de México, Colômbia, Paraguai, Arábia Saudita, Peru, Guiné e Indonésia.

Jair Bolsonaro. (Divulgação)

Ela foi reincluída na lista de participantes de última hora.

Na tradição diplomática, a apresentação das credenciais ao chefe de Estado marca oficialmente o início da missão de um embaixador como representante do seu país em uma nação estrangeira.

A avaliação da ala militar do Palácio do Planalto -que defendia que Belandria não participasse da cerimônia- é que, ao receber as cartas credenciais de uma representante da oposição ao chavismo,

Bolsonaro enviaria uma “provocação desnecessária” ao ditador Nicolás Maduro, justamente no momento em que os generais conseguiram reduzir a tensão na fronteira entre os dois países.

A fronteira entre as cidades de Pacaraima (em Roraima) e Santa Elena de Uairén (na Venezuela), que ficou fechada por quase três meses, foi reaberta no início de maio.

O governo também retomou nas últimas semanas as negociações com emissários de Maduro para que a Venezuela volte a vender energia elétrica para Roraima, o único estado brasileiro que depende da importação de eletricidade.

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Além das questões práticas, há um cálculo político por trás da opinião dos militares, de que Belandria não deveria entregar suas cartas credenciais a Bolsonaro.

Os militares avaliam que o levante liderado por Guaidó em 30 de abril não foi bem-sucedido e enfraqueceu sua posição. María Teresa Belandria deixou o Palácio do Planalto nesta terça-feira sem dar declarações à imprensa.  

 

(*) Com informações da Folhapress