Manaus, 8 de maio de 2024
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Boris Johnson deixa hospital e agradece imigrantes

Segundo o primeiro-ministro, o cuidado de dois enfermeiros foi a razão pela qual seu corpo recebeu a quantidade certa de oxigênio no momento mais decisivo

Boris Johnson deixa hospital e agradece imigrantes

(Foto: Romena Fogliati/Folhapress)

O premiê britânico, Boris Johnson, deixou o hospital depois de uma semana internado com Covid-19. Em seu discurso de alta, ele falou sobre a importância da imigração para o sistema de saúde britânico.

Segundo o primeiro-ministro, o cuidado de dois enfermeiros foi a razão pela qual seu corpo recebeu a quantidade certa de oxigênio no momento mais decisivo, “quando a situação poderia ter ido para qualquer lado”.

Os dois enfermeiros que, “a cada segundo da noite, estavam assistindo, pensando e cuidando” de Boris são estrangeiros: Jenny, de Invercargill, na Nova Zelândia, e Luis, da região do Porto, em Portugal.

Jenny e Luis são parte dos 13% dos funcionários do sistema público de saúde britânico (NHS) que vieram de outro país: uma a cada oito é imigrante.

Em Londres, a parcela é ainda maior: chega perto de 20%.

Em todo o país, são cerca de 153 mil pessoas que vieram de fora do Reino Unido.

Índia, com 21 mil, e Filipinas, com 18,5 mil, são os principais países de origem, mas há imigrantes de 102 nacionalidades

Os brasileiros que atuam no NHS são 423.

Imigrantes na Saúde

No quadro de funcionários da saúde pública britânica, 9,5% dos médicos e 6,4% dos enfermeiros são cidadãos de países da União Européia.

Boris Johnson, líder da campanha do Brexit, prometeu à época que facilitaria a entrada de estrangeiros para trabalhar em profissões críticas, como as da área de saúde.

A dependência de imigrantes para manter o atendimento médico funcionando não é exclusividade britânica.

Em todo o mundo, países desenvolvidos dependem do trabalho estrangeiro para preencher suas vagas de saúde, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O Japão, que estima falta de 270 mil enfermeiros em cinco anos, abriu um novo programa de vistos para atrair 60 mil profissionais da área, e a Alemanha também não tem enfermeiros no país para ocupar as 36 mil vagas abertas no momento para o cuidado de doentes e idosos.

Em 2030, a estimativa é que faltem 500 mil profissionais no serviço de saúde alemão.

Na Suécia, 34% de todos os médicos e 12% dos enfermeiros são imigrantes, segundo as estatísticas mais recentes do governo (de março de 2020).

A profissão de auxiliar de enfermagem ou cuidador, a mais comum no país, tem um quarto (26%) de seus profissionais nascidos no exterior.

São mais de 48 mil imigrantes que trabalham como auxiliares ou cuidadores na Suécia, a maioria asiáticos.

(*) Com informações da Folhapress