Manaus, 3 de julho de 2025
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Manaus, 3 de julho de 2025

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Caprichoso vai registrar B.O contra jurada por crime de falsidade ideológica

Rossy Amoedo, presidente do Boi Caprichoso, afirma que jurados previamente denunciados manipularam notas e acusa omissão da Comissão Julgadora, organizada pela Prefeitura de Parintins.

Caprichoso vai registrar B.O contra jurada por crime de falsidade ideológica

(Foto: Divulgação/Assessoria/Caprichoso)

Manaus (AM) – O presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, convocou a imprensa na tarde da última terça-feira (1º) para uma coletiva em que expôs o que classificou como graves irregularidades no processo de julgamento do 58º Festival Folclórico de Parintins.

Segundo Rossy Amoedo, dois jurados que foram previamente denunciados à Comissão Julgadora pela associação foram os responsáveis por descontar a maior quantidade de pontos dos itens azulados, comprometendo diretamente o resultado final da disputa.

“Os jurados que mais nos prejudicaram foram exatamente aqueles que denunciamos antes mesmo do início do Festival”, afirmou Rossy.

Segundo o presidente, a Comissão Julgadora foi omissa e conivente e que se trata de um desrespeito com a história do Festival.

De acordo com o presidente, a diretoria do Caprichoso chegou a solicitar a substituição de dois jurados, um oficial e um suplente, antes da abertura do evento.

A solicitação foi acompanhada de um relatório detalhado com inconsistências nos currículos e possíveis vínculos que colocavam em xeque a imparcialidade desses profissionais. Ainda assim, a Comissão não tomou providências.

Rossy apontou que a diferença nas notas atribuídas por esses dois jurados é desproporcional e determinante para o resultado do Festival. A pontuação combinada deles superou, segundo ele, a soma dos demais sete avaliadores.

“Se esses dois jurados não tivessem pontuado de forma tão discrepante, o resultado poderia ter sido diferente. Mas não da forma absurda como vimos. Houve manipulação, e isso ficou claro”, completou o presidente.

Rossy revelou que, diante das suspeitas, já solicitou oficialmente os envelopes com os nomes dos jurados, sorteados por ele e pelo presidente do Garantido, Fred Góes, além dos suplentes, para anexar aos documentos que integram o processo de contestação do resultado. O Boi Caprichoso deve pedir judicialmente a anulação do festival, seja por meio da exclusão das notas dos jurados questionados ou pela anulação total da apuração.

Irregularidades nos currículos

Durante a coletiva, o presidente também apresentou dados sobre a fragilidade curricular de uma das juradas, que, segundo ele, não atua na área artística há mais de 16 anos e teria incluído em seu portfólio elementos de fé religiosa como justificativa técnica para julgar um festival artístico.

Além disso, Rossy indicou uma possível relação de proximidade do jurado Marcos dos Santos e um ex-jurado do Festival, que teria laços com pessoas ligadas a um dos grupos da associação, o que reforça a suspeita de má-fé e favorecimento.

“Não estamos generalizando. Houve jurados sérios, que pontuaram com coerência. Sabemos reconhecer erros e aceitar desclassificações quando elas se justificam. O que não aceitamos é o uso de critérios desiguais, a punição por conveniência e a manipulação descarada do resultado”, disse Rossy.

O presidente também criticou a pontuação do Levantador de Toadas Patrick Araújo, mesmo diante de um desempenho considerado positivo, enquanto, segundo ele, outro concorrente, David Assayag, apresentou falhas evidentes, como esquecimento de letras e problemas vocais, o que, de acordo com o regulamento, seria motivo para penalização.

Rossy Amoedo informou ainda que o Boi Caprichoso vai registrar um boletim de ocorrência para que uma das juradas possa apresentar formalmente sua defesa diante da suspeita de falsificação de currículo, o que, se confirmado, configura crime.

Mesmo com a documentação entregue, afirmou, não havia qualificação suficiente para avaliar um espetáculo da magnitude do Festival de Parintins.

“Não vamos compactuar com essa fraude. Nosso compromisso é com a verdade e com a defesa do Festival, que é patrimônio do povo. Essa luta não é só do Caprichoso. É de todos que acreditam na cultura como ferramenta de transformação”, finalizou Rossy Amoedo.

O Boi Caprichoso já prepara o envio de documentos ao Ministério Público e outras instâncias competentes, buscando não apenas a anulação do resultado, mas também a revisão dos critérios de seleção e fiscalização da Comissão Julgadora nos próximos festivais.

Confira os documentos apresentados pela direção do Boi Caprichoso durante coletiva de imprensa:

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