Manaus, 14 de dezembro de 2024
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Justiça e segurança

Caso Babá Geovana: Suspeita de ordenar morte é solta

Camila Barroso, presa como suspeita de assassinar a babá Geovana Martins, de 20 anos, deixou o presídio na manhã desta sexta-feira (15).

Caso Babá Geovana: Suspeita de ordenar morte é solta

Fot: Reprodução/ Redes Sociais

Manaus (AM) – Camila Barroso, presa como suspeita de assassinar a babá Geovana Costa Martins, de 20 anos, deixou o presídio na manhã desta sexta-feira (15), após quase três meses de encarceramento. A Justiça concedeu-lhe prisão domiciliar.

A suspeita foi acompanhada por sua advogada na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) por volta das 12h30, onde cumpriu os procedimentos necessários e foi liberada.

Camila estava presa preventivamente desde 28 de agosto deste ano. A defesa solicitou à Justiça a conversão da pena para o regime domiciliar, argumentando que a acusada tem uma filha menor de 12 anos. O juiz de Direito da Vara de Garantias Penais e Inquéritos Policiais, Rivaldo Matos Norões Filho, acatou o pedido.

Decisão

A decisão judicial determina que Camila seja monitorada por meio de tornozeleira eletrônica e proíbe sua saída de Manaus.

Camila foi detida em Manaus após a polícia reunir evidências que a colocam como principal suspeita no caso da morte de Geovana. Entre as provas, destaca-se uma foto da vítima com marcas de tortura no corpo, supostamente tirada na casa onde ela morava com Camila. A polícia acredita que a babá tenha sido morta nesse imóvel.

Além de Camila, outras duas pessoas são apontadas como suspeitas de auxiliar na ocultação do cadáver: Antônio Chelton Lopes de Oliveira, de 25 anos, preso em setembro, e Eduardo Gomes da Silva, que ainda está foragido.

O Caso

O corpo de Geovana foi encontrado, no dia 20 de agosto, em uma área de mata do bairro Tarumã, zona oeste de Manaus, e identificado pela família no domingo (25/08). A jovem estava desaparecida desde o dia 19 de agosto. Em coletiva de imprensa na sede da DEHS no dia 29 de agosto, o delegado Ricardo Cunha informou que a prisão da principal suspeita do crime ocorreu quatro dias após o início das investigações. Em curto espaço de tempo, foi possível identificar duas pessoas com participação direta na morte de Geovana. No entanto, as investigações ainda estão em andamento.

“A jovem foi morta de forma bárbara e cruel, com sinais de espancamento e tortura, o que chocou a nossa sociedade e nos motivou ainda mais a dar uma resposta à população e aos familiares, e responsabilizar todas as pessoas envolvidas”, afirmou Cunha.

Investigações

Conforme a delegada Marília Campello, adjunta da DEHS, a equipe de investigação apurou que Geovana inicialmente foi trabalhar como babá na casa de Camila, no bairro Petrópolis, zona sul de Manaus. Nesse local, Geovana foi aliciada e atraída para uma vida de baladas e bebidas. Camila passou a obrigá-la a permanecer na casa, impedindo que a jovem saísse, mesmo contra sua vontade.

“Essa vítima era praticamente forçada a fazer programas sexuais. Pelo que apuramos, a casa funcionava como uma casa de massagem. Além de Geovana, outras meninas também passavam por lá, mas a vítima morava no local e não podia se relacionar com pessoas de fora”, relatou a delegada.

De acordo com a autoridade policial, ao ser presa, a suspeita alegou que um ex-namorado de Geovana teria sido o autor do crime. No entanto, ele já foi ouvido na DEHS e apresentou mensagens da vítima que mostram que Camila não permitia mais que a jovem se relacionasse com ele ou com qualquer pessoa de fora da casa, pois queria mantê-la ali, praticamente em cárcere. Sempre que Geovana pensava em sair, Camila alegava que ela estava devendo e precisava trabalhar mais para pagá-la.

“Tomamos conhecimento de que Camila também estava com passagem marcada para a Europa. Inclusive, a família dela, incluindo mãe e tios, mora na França. A vítima já havia tirado o passaporte em junho deste ano, provavelmente porque seria levada para fora do país”, detalhou Marília.

Acredita-se que Geovana seria utilizada como “mula” — pessoa que, conscientemente ou não, transporta drogas de um local para outro no corpo ou em objetos —, além de ser forçada a se prostituir fora do país.

“É uma história lamentável. A jovem foi torturada e espancada. Ainda não podemos afirmar a motivação exata, pois a suspeita nega ter cometido o crime, mas temos indícios suficientes, e por isso ela está presa. O veículo utilizado para deixar a vítima no bairro Tarumã estava em posse de Camila e do outro procurado, Eduardo Gomes da Silva, que é filho da proprietária da casa onde Camila morava de aluguel”, explicou a delegada.

Eduardo já possui um mandado de prisão por outro caso que também está sob investigação da DEHS. Ambos têm envolvimento com o crime. Além disso, Camila ameaçava tanto o ex-namorado de Geovana quanto qualquer pessoa que se aproximasse dela.

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