Manaus, 23 de abril de 2024
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Manaus, 23 de abril de 2024

Política

Comandante diz que ‘não há interferência política’ no Exército

O general do Exército deu a declaração depois de comparecer à cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras. Bolsonaro esteve no evento

Comandante diz que ‘não há interferência política’ no Exército

Foto: Marcos Corrêa/PR

As Forças Armadas estão, nos últimos meses, se equilibrando entre a expectativa do presidente Jair Bolsonaro de demonstrações de apoio irrestrito ao governo e a vontade de militares em blindar a imagem das instituições.

No sábado (14), general Paulo Sérgio Nogueira, comandante do Exército, disse que a instituição não sofre com interferência do Palácio do Planalto.

Não há interferência política no Exército”, falou, por telefone, ao jornal O Globo. “O Alto Comando está com o comandante.”

O general deu a declaração depois de comparecer à cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

Na terça-feira (10), o general participou de uma reunião ministerial no Planalto. Depois, esteve ao lado de Bolsonaro no desfile militar na Praça dos Três Poderes. Segundo O Globo, militares ficaram desconfortáveis em vê-lo no evento.

Leia também: Pazuello nega transgressão ao exército e sustenta ‘honra pessoal’

O comandante do Exército voltou ao Planalto na quinta-feira (12), para solenidade de cumprimento de oficiais-generais no Salão Nobre do Palácio. Na cerimônia, Bolsonaro afirmou que nas Forças Armadas há a certeza do “apoio total” às decisões do chefe do Executivo.

Nas mãos das Forças Armadas, a certeza da garantia da nossa liberdade, da nossa democracia e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação”, disse o presidente.

Bolsonaro falou ainda que as Forças têm o compromisso de “dar a vida pela pátria se preciso for, quer sejam ameaças externas ou internas”.

O general assumiu o comando do Exército no fim de abril, depois da demissão de Edson Leal Pujol. Também foram demitidos na mesma época os comandantes da Marinha e da Aeronáutica. O argumento principal é que Bolsonaro buscava ter uma relação mais próxima com os chefes das Forças Armadas.

Desde então, o general passou por algumas situações que dividiram as opiniões dos militares. Uma delas foi a participação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em ato político promovido por Bolsonaro em 23 de maio.

General da ativa, Pazuello subiu em um carro de som com o chefe do Planalto e outros aliados depois de um passeio de moto no Rio de Janeiro. No ato, o ex-ministro falou rapidamente ao microfone.

O regulamento disciplinar do Exército prevê punição para o militar da ativa que “manifestar-se publicamente […] sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político-partidária”.

Integrantes do Exército pediam que Pazuello fosse punido, mas o procedimento administrativo que havia sido instaurado contra Pazuello foi arquivado.

Segundo o jornal, esses e outros episódios foram discutidos por integrantes do Alto Comando. Apesar de se mostrarem preocupados com ataques de Bolsonaro às instituições, a visão geral é que Nogueira não pode se opor ao presidente e, assim, instaurar uma crise no país.

*Com informações do Poder 360°

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