Manaus, 19 de abril de 2024
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Cenário

Covid-19: pesquisador sugere lockdown de 21 dias para evitar 3ª onda no Amazonas

Segundo o pesquisador, para se compreender o que pode gerar a terceira onda, é preciso olhar para gatilhos que levaram à segunda onda

Covid-19: pesquisador sugere lockdown de 21 dias para evitar 3ª onda no Amazonas

Foto: Djalma Junior/Secom

MANAUS/AM – O debate sobre medidas a serem adotadas para evitar a 3ª onda da covid-19 no Amazonas aconteceu na tarde de quarta-feira (8), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), coordenado pela Comissão de Saúde. Durante a discussão, o biólogo, mestre e doutorando em ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Lucas Ferrante, sugeriu a realização de um lockdown de 21 dias para evitar novo pico de casos da doença no Estado.

Segundo o pesquisador, para se compreender o que pode gerar a terceira onda, é preciso olhar para gatilhos que levaram à segunda onda, como a volta às aulas, de acordo com o Ferrante. Ele esclarece que crianças possuem carga viral igual a dos adultos e o retorno precoce tende a aumentar o risco de infecção, se não for em um ambiente de controle. Ferrante aponta que mais preocupante do que a terceira onda, é o surgimento de uma variante resistente à vacina.

O pesquisador sugeriu, para evitar uma terceira onda, lockdown de 21 dias e a suspensão do retorno híbrido ou presencial da volta às aulas até a imunização de 70% da população. “Não dá para discutir a terceira onda, voltando às aulas, que é um gatilho para aumento de casos”, indicou.

Leia mais: Covid-19: reunião sobre preparação do AM para possível 3ª onda é adiada na Aleam

Sobre as testagens em massa, Ferrante disse que os dados mostram que Manaus conviverá diariamente com 50 mil infectados e 75 mil em junho. “Se pensamos em testagem em massa, temos que verificar se seremos capazes de monitorar 50 mil a cada dia e 75 mil em junho”, explicou.

Preparação 

A equipe do secretário de Estado de Saúde Marcellus Campêlo mostrou o plano de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19, que contém 10 eixos, que vão desde medidas de enfrentamento; detalhamento da rede de urgência e emergência; projeção de leitos clínicos e de UTI; fortalecimento do sistema primário, abastecimento de oxigênio até os planos de ação de transferências interestaduais e intermunicipais e de comunicação. “O objetivo é construir o planejamento, a partir de cenários epidemiológicos”, explicou.

Audiência Pública aconteceu nessa quarta-feira Foto: Alberto César Araújo / Aleam

O titular da SES, Marcellus Campêlo, explicou que esta é a primeira apresentação do plano e a secretaria está aberta a contribuição e deve retificar se precisar. O plano foi criado com auxílio de um comitê científico com especialistas de várias frentes da Covid-19, explicou.

Entre as ações prioritárias, de acordo com o titular da SES, a vacinação está sendo trabalhada como prioridade. “O efeito da vacinação, principalmente nos maiores de 60 é esperado que influencie positivamente no número de leitos”, disse.

O Dr. Cleinaldo Costa, Reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA,) ressaltou a necessidade de planejamento estratégico e logístico para garantir a vacinação a toda população. “Todas as outras ações devem receber destaque da mídia, mas a vacinação é prioridade”, disse, completando que a UEA se coloca à disposição para dialogar sobre novos tipos de testagem.

O representante da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Djalma Pinheiro, destacou as ações do órgão na pandemia, principalmente o protagonismo na vacinação. Detalhou o planejamento de atuação contra a Covid-19 com monitoramento de pessoas e zonas, com cobertura da atenção básica. “Com a ampliação de grupo de vacinação dos grupos de comorbidades, acredito que um grande passo será dado”, afirmou.

O deputado Wilker Barreto (Podemos) questionou como está a compra de vacinas pela prefeitura e se todas as unidades atendem covid-19. De acordo com Djalma Pinheiro, o prefeito David Almeida (Avante) participa de um consórcio de compras e a Semsa está  aguardando para saber quantas doses serão disponibilizadas. Sobre o atendimento, informou que todas as unidades hoje atendem pacientes com coronavírus.

A deputada Mayara Pinheiro (Progressistas) perguntou de qual forma as secretarias de saúde do Estado e município podem evitar ou mitigar a possível terceira onda. Avaliou que a prevenção é o melhor caminho. ”Não se pode afirmar se haverá terceira onda, mas os danos serão menores, se houver prevenção”, resumiu, reafirmando que é necessário se chegar a dados objetivos para fazer a testagem.

Nova reunião 

A presidente da Comissão de Saúde, deputada Mayara Pinheiro, sugeriu que as secretarias municipal e estadual de Saúde se reúnam e definam a estratégia de ações em conjunto e que seja marcada outra Audiência Pública, na semana seguinte, para que as definições sejam passadas a todos.

 

(*) Com informações da assessoria