Manaus, 19 de abril de 2024
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Cidades

Covid-19: uma possível terceira onda pode afetar o estado do Amazonas?

Nas últimas semanas, a polícia local tem interditado vários locais que têm descumprido as restrições impostas pelo decreto

Covid-19: uma possível terceira onda pode afetar o estado do Amazonas?

Foto: Alberto Pelegrine Neto/SSP-AM

MANAUS – Em aproximadamente mais um ano, (ou mais), o coronavírus tem trazido mudanças drásticas para a vida das pessoas. Além de ter feito várias vítimas, ele vem causando mudanças de hábitos constantemente: uso de máscara, distanciamento social e evitar aglomerações são as recomendações mais importantes no momento.

O Amazonas passou por um momento crítico no começo de 2021, quando uma segunda onda da Covid-19 atingiu a população. Muitas pessoas foram contaminadas, a quantidade de óbitos era assustadora. No período, o governo local decidiu aplicar restrições mais rígidas, adotando o lockdown.

Recentemente, é possível acompanhar a quantidade de festas clandestinas na capital (Manaus). Nas últimas semanas, a polícia local tem interditado vários locais por descumprirem as restrições. No último sábado (10) e domingo (11) a CIF (Central Integrada de Fiscalização) interditou oito flutuantes durante fiscalização.

Leia mais: Flutuantes são interditados por aglomeração e falta de licença sanitária

A situação do estado vinha apresentando melhoras devido aos decretos e a vacinação, entretanto,  com  a realização de várias festas clandestinas, o estado pode enfrentar uma terceira onda.

Em entrevista à equipe do Portal AM 1, o infectologista e diretor presidente da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Marcus Guerra, explicou sobre a possível terceira onda da covid-19.

Com a circulação intensa do vírus e as condições atuais de aglomerações, o infectologista acredita sim em uma próxima onda.

“É possível uma terceira onda, nós temos um número muito grande de pessoas suscetíveis ainda, ou não tiveram a doença ou não estão vacinadas e, portanto, sujeito a infecção pelo Sars-CoV-2 (Covid-19). A circulação do vírus é muito intensa, com essa variante, mais ainda, ele tem uma alta transmissibilidade por ter também uma alta reprodutibilidade no organismo da pessoa infectada”, explicou o infectologista.

O profissional alertou que casas pequenas e os bairros que não tiveram sua construção planejada, fazendo com que famílias fiquem mais próximas, podem colaborar com nova onda do coronavírus.

Restrições que evitam circulação do vírus

As restrições estabelecidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e os decretos impostos pelo governo estadual são de suma importância para evitar uma terceira onda. O infectologista alertou que é necessário seguir as restrições impostas.

“Essa é uma tentativa de diminuir a transmissão da doença, de cortar o elo de transmissão ou de contato de uma pessoa com outra e, portanto, evitar as aglomerações que são causadas quando está tudo liberado. Então, a forma quase sempre tem sido utilizada, já em outras situações, é sempre as restrições de aglomeração e circulação”, relatou.

As restrições governamentais são importantes, entretanto, o profissional afirmou que a adoção dos cuidados individuas são muito mais importantes, então, é preferível, segundo o infectologista, que as pessoas fiquem em casa, pois a liberdade demasiada pode levar à hospitalização ou óbito.

Marcus ainda ressaltou que mesmo as pessoas que já estejam vacinadas precisam continuar com as medidas restritivas.

“Eles vão ter que continuar usando as medidas de proteção individual, que resultam em uma proteção coletiva porque as vacinas, até esse momento, a sua avaliação é muito mais em prevenir doenças graves, manifestação grave da doença e não de impedir de que as pessoas infectadas deixem de adoecer”, frisou o infectologista.

Lockdown e o comércio

Apesar de a adoção de um possível lockdown ser necessária para evitar a proliferação do coronavírus, muitas pessoas foram prejudicadas com a medida restritiva.

Esse foi o caso da empresária Gazielle dos Santos Ribeiro. Ela é dona de um salão de beleza localizado na zona sul de Manaus, e contou que seu negócio sofreu com o primeiro lockdown.

“No período em que foi decretado o lockdown, fomos obrigados a fechar o nosso estabelecimento e, com isso, perdemos muito, pois o nosso único trabalho é esse. Então, foi um período muito complicado. Hoje, estamos de volta e estamos tomando todos os cuidados necessários para atender nossos clientes. Todas as medidas protetivas de distanciamento e cuidados higiênicos”, contou Grazielle.

Ela disse que, ao retomar as atividades, ela precisou se reinventar e começou a oferecer promoções para atrair seus clientes.

“Pra [sic] atrair os clientes, eu faço promoção dia de segunda e terça e a “quarta do dado”, em que o cliente joga um dado e ganha um procedimento grátis”, falou a empresária.

Quando questionada sobre quais medidas restritivas ela tem adotado para evitar a contaminação da covid-19, Grazielle contou que o salão tem seguido as ordens estabelecidas pelo novo decreto.

“Uma vez, a cada 15 dias, o salão é dedetizado e duas vezes por semana lavamos o salão todo. Procuramos diariamente higienizar todo o salão com álcool, assim como ao receber nossos clientes, passamos o álcool na mão de cada um”, informou.