Manaus, 30 de abril de 2025
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Cenário

David avalia fim do dinheiro em ônibus e busca alternativas para 1,5 mil cobradores

A possibilidade de mudança, segundo informou o prefeito de Manaus, David Almeida, atenderá a recomendações do MP-AM e da Justiça.

David avalia fim do dinheiro em ônibus e busca alternativas para 1,5 mil cobradores

(Foto: Antonio Pereira/Semcom)

Manaus (AM) – O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), se pronunciou nesta quinta-feira (10) sobre a possibilidade de retirada do uso de dinheiro em espécie dentro dos ônibus do transporte coletivo da capital amazonense.

A mudança pode impactar diretamente a função dos cobradores, levantando preocupações sobre a perda de empregos na categoria.

As declarações foram feitas durante a entrega de 12 novos ônibus da empresa São Pedro, no Terminal 7, localizado no bairro Tarumã, zona Oeste da cidade.

Em coletiva de imprensa realizada durante o evento, o prefeito afirmou que a recomendação para retirada do uso de dinheiro nos coletivos vem sendo feita pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) e também pela Justiça.

“O Ministério Público do Estado está orientando a retirada da circulação de dinheiro de dentro dos ônibus. A Justiça já sinalizou sobre essa questão. O próprio Ministério do Trabalho também. Nós estamos buscando aqui um diálogo para que a gente não precise desempregar cerca de 1,5 mil cobradores. Isso é um problema. Então, estamos ajustando com as empresas para aproveitá-los dentro do sistema, como motoristas”, explicou Almeida.

O prefeito também destacou que a substituição do pagamento em dinheiro por formas eletrônicas já é uma tendência nacional. Segundo ele, em diversas linhas de Manaus, o uso de dinheiro físico é mínimo. Como exemplo, citou uma linha com 485 passageiros, dos quais apenas oito pagaram com cédulas.

“Eu vou dar uma informação para vocês: tem linhas de ônibus em Manaus em que, do total arrecadado, o pagamento em dinheiro representa apenas 2,5%. Em uma linha com 485 passageiros, somente 8 pagaram em dinheiro. Então, isso é uma tendência mundial, e as grandes cidades brasileiras já adotaram essa prática”, afirmou.

Entre os exemplos nacionais, podemos identificar o caso do Distrito Federal, onde, desde dezembro de 2024, todas as 931 linhas de ônibus deixaram de aceitar dinheiro como forma de pagamento. A transição foi feita de maneira gradual ao longo do ano anterior.

Com base nas declarações do prefeito, a expectativa é que Manaus adote um modelo semelhante, com a implantação progressiva de um sistema totalmente digitalizado de cobrança. A meta é reduzir ao máximo o uso de dinheiro em espécie no transporte coletivo, incentivando o uso de cartões e/ou bilhetes eletrônicos.

“De todos os ônibus e do sistema, a média de circulação de dinheiro nos ônibus em Manaus é de 16%. Ou seja, 84% de todas as passagens do transporte coletivo são pagas de forma eletrônica, pelo cartão (…). Mas nós não queremos causar um caos social, então estamos buscando um denominador comum para que, de forma gradativa, a gente possa implementar essas mudanças”, concluiu David Almeida.

 

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