Manaus (AM) – Nesta segunda-feira (3), o Brasil registrou quase 6,3 milhões de casos prováveis de dengue, liderando o ranking mundial de países com maior número de notificações da doença em 2024. Esse dado reflete um grave problema de saúde pública que exige ações imediatas e eficazes para controle e prevenção.
No Amazonas, de 1º de janeiro a 30 de maio deste ano, foram registrados 4.770 casos da doença, conforme relatório de arboviroses da Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosimery Costa Pinto (FVS-RCP).
Os dados da FVS-RCP, divulgados na última quinta-feira (30), são provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), do Ministério da Saúde.
O informe também registrou três mortes pela doença, sendo duas em Manaus e uma em Lábrea (a 852 quilômetros da capital). Os municípios com maior quantidade de casos notificados de arboviroses incluem Manaus (8.578); Tefé (2.222); Manacapuru (1.384); Tonantins (1.182); Coari (941); Carauari (927); Eirunepé (898); Lábrea (880); Tabatinga (867) e Iranduba (807).
Diante das informações, podemos observar que dos 8.578 casos de arboviroses em Manaus, quase a metade são casos de dengue, o que é preocupante.
A alta incidência de dengue no Brasil pode ser atribuída a diversos fatores, como condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, além de questões relacionadas ao saneamento básico e à infraestrutura de saúde.
A proliferação do mosquito é facilitada por ambientes com água parada, onde os ovos do mosquito se desenvolvem. Ciente da situação, a Prefeitura de Manaus tem buscado incentivar e conscientizar a população a tomar medidas importantes para o combate da doença, como evitar o acúmulo de água parada.
Mais vulneráveis
De acordo com um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz/Unifase, neste ano, a dengue tem atingido crianças de até 5 anos com maior gravidade. A faixa etária exibe as maiores taxas de letalidade, seguidas pelas de 5 a 9 anos, e adolescentes entre 10 e 14 anos, que apresentam o maior número de casos.
A pesquisa utilizou os dados das primeiras 10 semanas epidemiológicas de 2024, obtidos por meio do Sinan.
Assim, bebês, crianças e adolescentes estão entre os grupos de maior risco para a dengue, podendo ser atingidos com mais gravidade pela doença.
Por isso, na semana passada, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) convocou crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, já vacinados com a primeira dose contra a doença, para receberem a dose de reforço, após o intervalo de, no mínimo, três meses da primeira aplicação.
A vacina está disponível em 55 unidades da rede básica, distribuídas por todas as zonas da capital, tanto para início do esquema vacinal como para reforço.
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