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Esportes

Dinheiro, não futebol, justifica Qatar e Japão na Copa América

Neste ano, Japão e Qatar foram chamados para participar. Os dois foram eliminados na fase de grupos sem vencer nenhuma partida.

Dinheiro, não futebol, justifica Qatar e Japão na Copa América

Ideia polêmica no passado, a presença de seleções de outros continentes na Copa América como convidadas se tornou rotina. A medida, que começou a ser implantada em 1993, sempre teve mais motivos comerciais do que esportivos. Os resultados em campo dessas equipes raramente foram bons.

Neste ano, Japão e Qatar foram chamados para participar. Os dois foram eliminados na fase de grupos sem vencer nenhuma partida. Os qataris já estão convidados para voltar no torneio de 2020, que será sediado por Argentina e Colômbia.

Alejandro Domínguez. (Foto: Divulgação)

A ideia da Conmebol era ter Qatar e China e despertar o interesse em um dos mercados mais atraentes do mundo, mas os chineses não aceitaram. Serão substituídos pela Austrália, que vai participar pela primeira vez do torneio.

Qatar é o xodó da Conmebol por motivos financeiros. A Qatar Airways, controlada pelo governo do país desde 2014, é patrocinadora da Confederação Sul-Americana. Quando aconteceu a confusão na final da Libertadores do ano passado, entre Boca Juniors e River Plate, e se tornou inviável realizar a partida em Buenos Aires, a empresa se ofereceu para pagar todas as despesas para que a decisão acontecesse em Doha.

Por sugestão do presidente da Fifa, Gianni Infantino, a final foi realizada no estádio Santiago Bernabéu, em Madri. A Qatar Airways aceitou quitar todas as contas da empreitada mesmo assim. Inclusive as premiações de campeão e vice. 

O Qatar será a sede da Copa do Mundo de 2022 e os dirigentes do país são amizade bem cuidada pelo presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.

O torneio deste ano é apenas a segunda participação do Japão na Copa América. Isso porque o país recusou o convite de 2015 e não pôde jogar em 2011 por causa do terremoto ocorrido no país. Com a desistência da seleção asiática naquele ano, a Conmebol pensou grande: sondou a Espanha, então campeã do mundo. Os cartolas europeus declinaram. O jeito foi convidar a Costa Rica, que mandou à Argentina uma equipe sub-23.

A lógica por trás dos convites, no início, era expandir o apelo da Copa para a América do Norte, de olho na audiência dos Estados Unidos e México. Na primeira tentativa, em 1993, deu certo esportivamente.

O México chegou à final e acabou derrotado pela Argentina.

Os mexicanos foram os convidados mais frequentes. Jogaram o torneio nove vezes. A última em 2016 quando, para comemorar o centenário da competição, foram abertas seis vagas para equipes da Concacaf: Estados Unidos, Costa Rica, Haiti, Jamaica e Panamá também participaram.

Em 2001, um dos convidados, Honduras, eliminou o Brasil. Foi um dos resultados mais vexatórios da seleção que na época, já dirigida por Luiz Felipe Scolari, seria campeã mundial no ano seguinte.

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Dirigentes da Conmebol chegaram a apresentar a sugestão de sempre ter pelo menos uma seleção da Europa. Mas a ideia é de difícil implantação porque não há como convencer as federações nacionais do continente a tirar os jogadores das férias para disputar um torneio destinado originalmente a times sul-americanos.

A partir de 2020, quando a Copa América será disputada a cada quatro anos e coincidir com a Eurocopa, o sonho estará enterrado definitivamente.

 

(*) Com informações da Folhapress