Manaus – Os representantes do movimento de direita no Amazonas podem estar articulando uma possível união política para as eleições de 2022. O ponto de partida pode ter sido durante o encontro, que teve a presença dos ex-candidatos a prefeito Romero Reis, Chico Preto e Capitão Alberto Neto, além do vereador eleito Capitão Carpê (Patriota), neste fim de semana, em um ato pró-Bolsonaro na capital.
O momento de “união” foi divulgado nas redes sociais de Romero Reis, que compartilhou fotos ao lado dos “então” adversários nas últimas eleições municipais.
“Hoje tive a felicidade de reencontrar muitos amigos no evento promovido pelo @direitaamazonasoficial. Um momento que nos fortalece e nos motiva a lutar por nossos princípios e valores. Pelas nossas liberdades, com o Amazonas nos trilhos do desenvolvimento, da prosperidade e da Família. Somente unidos conseguiremos restaurar o nosso Amazonas e manter a democracia do nosso país”, escreveu Reis em publicação no último domingo (4).
Ensaio para vencer
No pleito de 2020, com a direita fragmentada em Manaus, Capitão Alberto Neto ficou em 6º com 7,82% dos votos, Romero Reis em 8º com 2,97% e Chico Preto em 9º com 1,65%. O mais bem colocado na ala bolsonarista foi o coronel Menezes, que ficou em 5º lugar com 11,32% dos votos.
De acordo com o pesquisador e diretor-presidente da Action Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, as forças políticas de direita do Amazonas não conseguiram achar um ponto em comum no ano passado, o que resultou em derrota nas urnas.
“Esse encontro pode ser encarado como uma tentativa de recompor o movimento de direita após a fragmentação no ano passado. Mas, claro que para essa união dar certo é preciso definir um nome que todos eles apoiem nas próximas eleições. Sabemos que o presidente Bolsonaro tem preferência por Menezes, mas tem que haver uma convergência de pensamentos”, opina Soares.
O especialista comenta que, no pleito de 2020, a direita teve quatro candidatos: Menezes, Romero, Alberto Neto e Chico Preto – e isso dividiu os votos, enquanto que a esquerda teve apenas três: José Ricardo, Marcelo Amil e Gilberto Vasconcelos.
“Acredito que uma união da direita poderia ser suficiente para colocar um nome no segundo turno e com chances reais de ganhar uma eleição”, avaliou.
Questionado sobre uma possível queda na popularidade de Bolsonaro no Amazonas, Soares foi enfático: “Com pouco movimento de apoio a Menezes, ele, que concorreu pela primeira vez ao cargo majoritário, foi bem nas urnas, imagine se o presidente tivesse feito mais?”, indagou.
Sem união
Diagnosticado com covid-19 há uma semana, Menezes não estava presente no evento. Procurado pelo Portal AM1, ele negou qualquer envolvimento com os colegas bolsonaristas.
“Se a direita tiver ‘juízo’ marchará junta em 2022, mas refiro-me as que têm as suas raízes fincadas e são bolsonaristas na sua essência. Tem um representante da Direita que está no partido NOVO, do João Amoedo, e também outros que são apoiados e financiados pelo senador da Maus Caminhos e pelo deputado federal Silas Câmara. Com essa aí, eu não caminho, nenhuma questão faço de estar ao lado dessas figuras”, declarou, por meio de assessoria.
O ex-vereador Chico Preto também desconversou sobre o encontro ser encarado como um ensaio para as eleições de 2022. “Minha participação no evento foi como cidadão brasileiro. Recebi o convite do Romero e fui porque, assim como ele, sou apoiador das pautas encabeçadas pelo presidente Jair Bolsonaro”, disse.
Romero Reis informou, por meio da assessoria de imprensa, que houve uma mobilização com o intuito de conscientizar. O fortalecimento parte da união da direita como uma estratégia necessária para a renovação da política amazonense. A maioria dos dirigentes políticos atuais ocupa cargos no executivo há décadas com nenhum ou pouco resultado em benefício da sociedade.
“Integramos uma democracia, sendo assim, a conquista do poder passa por ações como: alianças saudáveis para a coletividade, militância em número e qualidade, captação de recursos financeiros, conhecimento dos problemas e estruturação de soluções, formação de um time de candidatos preparados para ocupar posições nos poderes legislativo e executivo”, completou.
A reportagem também buscou a assessoria do Capitão Alberto Neto, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
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