Manaus, 28 de março de 2024
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Manaus, 28 de março de 2024

Política

Direita ‘ensaia’ união para as eleições de 2022 no Amazonas

Representantes do movimento de direita no Amazonas podem estar 'articulando' uma possível união política para as eleições de 2022

Direita ‘ensaia’ união para as eleições de 2022 no Amazonas

Foto: reprodução

Manaus – Os representantes do movimento de direita no Amazonas podem estar articulando uma possível união política para as eleições de 2022. O ponto de partida pode ter sido durante o encontro, que teve a presença dos ex-candidatos a prefeito Romero Reis, Chico Preto e Capitão Alberto Neto, além do vereador eleito Capitão Carpê (Patriota), neste fim de semana, em um ato pró-Bolsonaro na capital.

O momento de “união” foi divulgado nas redes sociais de Romero Reis, que compartilhou fotos ao lado dos “então” adversários nas últimas eleições municipais.

“Hoje tive a felicidade de reencontrar muitos amigos no evento promovido pelo @direitaamazonasoficial. Um momento que nos fortalece e nos motiva a lutar por nossos princípios e valores. Pelas nossas liberdades, com o Amazonas nos trilhos do desenvolvimento, da prosperidade e da Família. Somente unidos conseguiremos restaurar o nosso Amazonas e manter a democracia do nosso país”, escreveu Reis em publicação no último domingo (4).

Ensaio para vencer

No pleito de 2020, com a direita fragmentada em Manaus, Capitão Alberto Neto ficou em 6º com 7,82% dos votos, Romero Reis em 8º com 2,97% e Chico Preto em 9º com 1,65%. O mais bem colocado na ala bolsonarista foi  o coronel Menezes, que ficou em 5º lugar com 11,32% dos votos.

De acordo com o pesquisador e diretor-presidente da Action Pesquisas de Mercado, Afrânio Soares, as forças políticas de direita do Amazonas não conseguiram achar um ponto em comum no ano passado, o que resultou em derrota nas urnas.

“Esse encontro pode ser encarado como uma tentativa de recompor o movimento de direita após a fragmentação no ano passado. Mas, claro que para essa união dar certo é preciso definir um nome que todos eles apoiem nas próximas eleições. Sabemos que o presidente Bolsonaro tem preferência por Menezes, mas tem que haver uma convergência de pensamentos”, opina Soares.

O especialista comenta que, no pleito de 2020, a direita teve quatro candidatos: Menezes, Romero, Alberto Neto e Chico Preto – e isso dividiu os votos, enquanto que a esquerda teve apenas três: José Ricardo, Marcelo Amil e Gilberto Vasconcelos.

“Acredito que uma união da direita poderia ser suficiente para colocar um nome no segundo turno e com chances reais de ganhar uma eleição”, avaliou.

Questionado sobre uma possível queda na popularidade de Bolsonaro no Amazonas, Soares foi enfático: “Com pouco movimento de apoio a Menezes, ele, que concorreu pela primeira vez ao cargo majoritário, foi bem nas urnas, imagine se o presidente tivesse feito mais?”, indagou.

Sem união

Diagnosticado com covid-19 há uma semana, Menezes não estava presente no evento. Procurado pelo Portal AM1, ele negou qualquer envolvimento com os colegas bolsonaristas.

“Se a direita tiver ‘juízo’ marchará junta em 2022, mas refiro-me as que têm as suas raízes fincadas e são bolsonaristas na sua essência. Tem um representante da Direita que está no partido NOVO, do João Amoedo, e também outros que são apoiados e financiados pelo senador da Maus Caminhos e pelo deputado federal Silas Câmara. Com essa aí, eu não caminho, nenhuma questão faço de estar ao lado dessas figuras”, declarou, por meio de assessoria.

O ex-vereador Chico Preto também desconversou sobre o encontro ser encarado como um ensaio para as eleições de 2022. “Minha participação no evento foi como cidadão brasileiro. Recebi o convite do Romero e fui porque, assim como ele, sou apoiador das pautas encabeçadas pelo presidente Jair Bolsonaro”, disse.

Romero Reis informou, por meio da assessoria de imprensa, que houve uma mobilização com o intuito de conscientizar. O fortalecimento parte da união da direita como uma estratégia necessária para a renovação da política amazonense. A maioria dos dirigentes políticos atuais ocupa cargos no executivo há décadas com nenhum ou pouco resultado em benefício da sociedade.

“Integramos uma democracia, sendo assim, a conquista do poder passa por ações como: alianças saudáveis para a coletividade, militância em número e qualidade, captação de recursos financeiros, conhecimento dos problemas e estruturação de soluções, formação de um time de candidatos preparados para ocupar posições nos poderes legislativo e executivo”, completou.

A reportagem também buscou a assessoria do Capitão Alberto Neto, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.