Manaus, 23 de abril de 2024
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Manaus, 23 de abril de 2024

Economia

Com coronavírus, Zona Franca pode perder até 30% dos empregos

Segundo os indicadores do Polo Industrial de Manaus (PIM), o setor fechou 2019 com 89.480 trabalhadores empregados no segmento

Com coronavírus, Zona Franca pode perder até 30% dos empregos

A perda no estoque de empregos no setor industrial do Amazonas pode chegar a faixa de 30% na pandemia.

A projeção foi feita pelo superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, durante transmissão da 291° reunião do Conselho de Administração da Zona Franca de Manaus (CAS), nesta quinta-feira, 07.

Por outro lado, também há previsão que empresas da área de saúde, segurança e bionegócios se instalem no pátio industrial após período de crise, gerando empregos. 

“Estamos em contato com as empresas e entidades de classes, já fizemos uma primeira pesquisa e vamos refazê-la nos próximos dias, pelos números que temos a projeção é de perda de maneira geral em torno de 30%. Mas é importante destacar que o setor vem aprovando projetos e até agora não parou em sua totalidade”, disse Menezes.

 

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Segundo os indicadores do Polo Industrial de Manaus (PIM), o setor fechou 2019, com 89.480 trabalhadores empregados, entre efetivos, temporários e terceirizados.

Já a média mensal do ano ficou em 89.251 empregos, com aumento de 1.715 postos de trabalho em relação a média mensal de 2018 (87.536).

Os dados foram divulgados em março de 2020.

Queda

Dentro desse cenário de redução de produção e empregos, o superintendente avalia que o ambiente de negócios no PIM deve ter impacto negativo, principalmente, no segundo trimestre do ano (abril/maio/junho), mas prevê uma retomada a partir do mês de julho. 

“Teremos essa queda sim, mas pelo desenho que estamos fazendo ela está compatível e temos a plena convicção da retomada da economia no segundo trimestre do ano”, explicou.

“As expectativas são as melhores possíveis, uma vez que o setor operou dentro do sistema, muitas empresas adotaram protocolos contra a covid-19, como reduzir a atividade pela metade e férias coletivas. Outras seguiram desenvolvendo produtos e pesquisas, estamos confiantes”, afirmou. 

Novos segmentos

O superintendente da autarquia ressaltou, ainda, que muitas empresas do PIM estão realizando ações no combate à covid-19 e a previsão é que após a pandemia a estimativa é agregar novos segmentos ao setor.

“Estamos trabalhando para que após a pandemia, empresas voltadas para área de saúde, segurança e bionegócio se instalem no PIM, pois de maneira geral já temos demanda nesse sentido”, adiantou sem dar maiores detalhes.

“Temos empresas e institutos desenvolvendo produtos na área médica e no apoio ao enfrentamento da covid-19, como o próprio respirador. Algumas dessas empresas e instituto se alinham a segmentos split e produção de EPI, como macacões no caso da Bicho da Seda. Neste momento o PIM tem participação ativa e mostra sua importância estratégica para o Brasil. Também tive uma conversa inicial com o presidente para absorvermos empresas que estão saindo do oriente, mirando em novos mercados”, completou Menezes.

Entidades de classe

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Valdemir Santana, acredita que pelo menos 7 mil empregos tenham sido perdidos em 2020.

“Além da pandemia, tem a situação dos componentes que perdeu muitos trabalhadores após a abertura de mercado feito pelo Governo Federal. Em contrapartida, tem as atividades de motos e ar-condicionado que podem vir a aquecer o setor futuramente, devido os pedidos de outros estados do país”, projetou.

Cieam

Já na análise do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, ainda não há demissões em massa no PIM.

“Isso acontece porque a maioria das empresas optaram em dar férias coletivas sejam parciais ou totais aos seus funcionários. Algumas suspenderam os contratos e jornada de trabalho. Já outras reduziram suas operações e liberaram as pessoas que estão no grupo de riscos. Todas essas medidas foram feitas para evitar as demissões”, avaliou. 

Por outro lado, o empresário ponderou que os desligamentos ainda podem ocorrer no PIM.

“Vai depender do mercado porque aquele trabalhador que perdeu seu emprego também perdeu o poder de compra, com isso ele não vai consumir. Quem ainda tem emprego vai ficar inseguro e reduzir o consumo. E isso vai se refletir diretamente no mercado, o que pode provocar redução da demanda na indústria”, finalizou o presidente do Cieam.

 

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