Manaus, 28 de março de 2024
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Economia

Coronavírus preocupa segmento empresarial do Amazonas

Doença causará impactos, mas setores empresariais do Estado ainda não conseguem dimensionar o tamanho do estrago que o surto pode acarretar

Coronavírus preocupa segmento empresarial do Amazonas

(Foto: Divulgação/ Suframa)

O novo coronavírus já começa a ser uma preocupação para empresários e investidores das mais de 600 indústrias instaladas na Zona Franca de Manaus (ZFM).

Apesar de não ter nenhum caso confirmado de coronavírus, os insumos vindos da China, país originário do vírus, têm grande peso na indústria local.

 

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Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, os impactos do coronavírus ainda virão, mas não há como mensurar qual a dimensão desses impactos.

“Os impactos do coronavírus certamente ocorrerão, mas no momento não há como dimensioná-los. Porém, com certeza teremos problemas com relação a vários componentes na área de abastecimento de algumas linhas de produção. A expectativa é que o vírus seja logo debelado e não se alastre por toda a Ásia”, afirmou Antônio Silva.

“Estrago na economia”, alerta Fecomercio-AM

De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomercio-AM), Aderson Frota, o coronavírus pode fazer um verdadeiro estrago na economia.

“Esse mal não tem só uma repercussão social elevada, mas é capaz de produzir um estrago na economia, porque paralisa as atividades turísticas, comercial, dificulta todo um processo de controle da doença e isso acaba tendo uma repercussão muito forte não só na economia, mas acima de tudo, a paralisação da economia no mercado de trabalho”, alertou o presidente da Fecomercio.

Aderson Frota também alertou para a redução nas atividades econômicas e o risco de redução dos postos de trabalho caso o surto de coronavírus não seja debelado.

 

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 “Muita gente, se esse mal se estender por muito tempo, vai acabar perdendo o emprego tendo uma redução das atividades econômicas e isso seria capaz de trazer um prejuízo muito acentuado. Acreditamos que pela celeridade com que a coisa está se alastrando, o governo vai descobrir um meio para debelar e prevenir esse grande mal. Vivemos momentos de pânico”, concluiu  o presidente.

Antecipação e alternativas

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos  (CAE) da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), deputado Ricardo Nicolau (PSD) vê a proliferação do coronavírus com preocupação e disse que é preciso buscar alternativas para amenizar a crise.

 O parlamentar avalia que a epidemia na China pode sim afetar a produção da Zona Franca de Manaus diante do cenário que está sendo desenhado.

Ele afirma que é preciso se antecipar à crise e buscar alternativas para amenizar o problema do surto de coronavírus.

“Deve haver a união das embaixadas do Brasil e da China, Ministérios da Economia e Infraestrutura para evitar uma paralisação nas linhas de produção do Polo Industrial de Manaus”, disse Nicolau.

Eletros teme problema na cadeia produtiva

Em nota enviada ao Portal AM1, a Associação Nacional de Fabricantes de Eletroeletrônicos (Eletros), que representa as maiores empresas do segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos em operação no país (em Manaus, há 19 das 33 empresas associadas), divulgou opinião do presidente, José Jorge do Nascimento Jr, sobre o coronavírus.

Ele “considera preocupante a instabilidade na cadeia logística de importação de insumos produzidos na China”.

O país asiático é um fornecedor importante de componentes para empresas que fabricam produtos para a linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar); linha marrom (equipamentos de áudio e vídeo); e eletroportáteis (secadores de cabelo, sanduicheiras, ventiladores, entre outros).

“Os insumos que chegam ao Brasil por via aérea, considerados de maior valor agregado, são suficientes para abastecer a produção das indústrias entre 10 e 15 dias. Em relação aos insumos que chegam ao país por via marítima, os estoques são suficientes para abastecer a produção por até 90 dias”, disse o presidente.

Jorge também afirmou que o surto de coronavírus impactou na cadeia logística que está interrompida e que estão sendo avaliadas a normalização das entregas.

“Por enquanto, a operação está normalizada, pois os estoques estão suficientes”, concluiu a Eletros.

Cieam 

Na avaliação do presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o risco é de desabastecimento de insumos – componentes eletrônicos e polo de duas rodas – que poderia causar impacto com a paralisação das linhas de produção.