Após apresentar recuo expressivo de 47% em abril deste ano por conta da pandemia da covid-19, a produção industrial do Amazonas registrou, em maio, alta de 17% frente ao mês anterior. Com o indicador, o Estado apresentou o terceiro melhor avanço do país e taxa acima da média nacional, de 7%.
Por outro lado, o Polo Industrial de Manaus (PIM) teve queda de 47,3% em maio na comparação com o igual mês de 2019. Já no acumulado do ano, a retração foi de -20,7% e nos últimos 12 meses o recuo chegou a -3,8%.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados nesta quarta-feira, 8.
Na avaliação do presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, o bom desempenho da produção industrial no quinto mês do ano já era esperado pelo setor e projeta resultado ainda melhor em junho.
“Em abril cerca de 90% das fábricas do Distrito deram férias coletivas e algumas empresas ainda mantiveram as suas atividades em ‘compasse de espera’ em maio por conta da prorrogação do isolamento social, mas já havíamos percebido a retomada de alguns segmentos em maio. Por tanto, já era esperado esse bom desempenho (17%) e certamente os dados de junho com relação a maio devem ser ainda melhores.”, analisa Périco.
Dados
De acordo com o IBGE, em maio o setor industrial do Amazonas apontou alta de 17% na comparação com abril. O resultado foi um dos melhores em relação às outras unidades da federação, ficando atrás apenas do Paraná, com 24,1% e Pernambuco, com 20,5%. O resultado seguiu a média nacional que também apresentou alta (7%). Já o pior índice foi do Espírito Santo, com -7,8%.
Em relação a maio de 2019, a indústria do Amazonas registrou recuo de produção na ordem de 47,3%. O índice deixou o Estado na penúltima posição entres os locais pesquisados. O único desempenho positivo foi em Goiás, com 1,5%. Já a nacional caiu 21,9%.
No índice acumulado de janeiro a maio, o desempenho do Estado encolheu 20,7%. O resultado só não foi pior que o do Ceará, que recuou -21,8. Já a média da indústria do país caiu 11,4%. Nos últimos 12 meses o recuo do setor no Amazonas chegou a -3,8%.
“Estes fortes recuos que fazem comparações com o ano de 2019 refletem o agravamento dos efeitos do isolamento social em função da pandemia da covid-19, que afetou o processo de produção em várias unidades produtivas no país, incluindo o Amazonas. A consequência é a clara diminuição do ritmo da produção, evidenciando o aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento de isolamento social.”, diz o IBGE.
Por segmentos
Ainda segundo a pesquisa, oito atividade industriais tiveram desempenho negativo em maio. Somente impressão e reprodução (5,7%) e borracha e plástico (41,3%) tiveram aumento de produção no mês. Em 2020, apenas uma atividade industrial amazonense está com desempenho positivo (impressão e reprodução de gravações com 10,9%).
Por outro lado, em maio de 2020, a indústria extrativa teve resultado de -18,7% em relação a maio de 2019 e as de transformação, resultado de -49,0%.
As atividades que mais contribuíram para esse resultado negativo foram: outros equipamentos de transportes (-87,9%) (motocicletas e suas peças), fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-67,0%), fabricação de bebidas (-53,3%), fabricação de máquinas e equipamentos (-42,7%) (aparelhos de ar condicionado, juntas metoplásticas e juntas de vedação mecânicas) e fabricação de produtos de metal (- 37,7%).
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