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Política

Eleições: Bolsonaro pode ter agenda limitada no exterior em 2022

No ano eleitoral, Bolsonaro deve participar de encontros internacionais que fazem parte da agenda obrigatória do chefe do Executivo brasileiro

Eleições: Bolsonaro pode ter agenda limitada no exterior em 2022

Foto: Agência Brasil

BRASIL – Com a proximidade das eleições, os riscos de contágio pela novas variantes da covid-19, a agenda do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) para 2022 deve moderar trajetos para fora do país em 2022.

Bolsonaro anunciou que visitará a Rússia, a convite de Vladimir Putin, em 2022. Deve ocorrer entre fevereiro e março. O presidente afirma que o “momento é mais do que propício” para o Brasil se “conectar ao mundo”. Afirmou que levará “vários ministros” em sua comitiva.

“Não é apenas conhecer a Rússia. Nós vamos lá com uma equipe de peso nossa: Paulo Guedes [ministro da Economia], Braga Neto [ministro] da Defesa, Tereza Cristina [ministra da Agricultura], entre outros, tratar de negócios para o Brasil. Ninguém gosta da gente porque nós somos bonzinhos, gostam porque têm interesse na gente e nós temos interesses neles também”, disse em evento no Planalto no dia 7 de dezembro.

Leia mais: Polarização entre Lula e Bolsonaro já aquece disputa para eleições de 2022

O momento para essa visita oficial, entretanto, não parece ser o mais favorável. As diplomacias dos Estados Unidos e da Europa atuam para evitar que Putin lance uma ofensiva militar sobre a Ucrânia. A Rússia é parceira do Brasil nos Brics e um dos mercados com maior potencial de expansão.

No ano eleitoral, Bolsonaro também deve participar de encontros internacionais que já fazem parte da agenda obrigatória do chefe do Executivo brasileiro, como as reuniões do Mercosul e do Prosul. Mesmo com a ameaça da covid-19, principalmente no primeiro semestre, a expectativa é de retomada dos compromissos internacionais de forma presencial, mantendo precauções sanitárias.

Diplomatas avaliam que as negociações são sempre facilitadas quando ocorrem “cara a cara”. Mas a situação da pandemia e o controle das variantes do novo coronavírus ainda devem ditar o formato dos eventos, considerando a cobertura vacinal.

No segundo semestre de 2022, a presença do presidente em eventos multilaterais deve ser reduzida pelas eleições majoritárias no Brasil, que ocorrem em outubro. Em setembro, será realizada a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) e no mês seguinte, quando os brasileiros vão às urnas, ocorrem as reuniões do G20, na Indonésia, e a COP 27 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática), no Egito.

Neste momento, não há indicações de que Bolsonaro estará presente nesses eventos.

Diplomacia 

Além dos fatores eleição e covid 19, a prioridade baixa conferida por Bolsonaro à diplomacia presidencial deve ser considerada. Em 3 anos de mandato, empreendeu 23 roteiros internacionais, dos quais 12 foram visitas oficiais, de trabalho ou de Estado.

Com esse objetivo de afinar as relações bilaterais, ele viajou 2 vezes para os Estados Unidos, os Emirados Árabes Unidos e o Qatar. Esteve uma única vez na China, Israel, Argentina (no governo de Mauricio Macri), Índia, Catar, Arábia Saudita e Bahrein.

Entre os 11 roteiros restantes, 3 foram para posses/entronização e 6 para reuniões de organismos internacionais (Assembleia Geral das Nações Unidas, Mercosul, Prosul e G20). Houve ainda sua participação no Fórum Econômico Mundial de Davos e sua premiação pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, ambas em 2019.

O período mais intenso foi justamente no seu 1º ano de mandato, quando fez 14 viagens internacionais, sendo 3 delas para os Estados Unidos. Em 2020, quando a pandemia da covid-19 começou, o presidente embarcou apenas para 3 destinos: Índia, Estados Unidos e Uruguai.

Em 2021, o presidente viajou para fora 4 vezes. Esteve no Equador, Estados Unidos, Itália e Oriente Médio –em que fez um tour por Emirados Árabes, Bahrein e Qatar, onde fez inclusive uma “motociata”.

*Com informações Poder 360

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