Manaus, 19 de maio de 2024
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Manaus, 19 de maio de 2024

Brasil

Polarização entre Lula e Bolsonaro já aquece disputa para eleições de 2022

Pesquisas eleitorais apontam cenários de segundo turno que concretizam uma disputa acirrada entre o petista e seu adversário conservador

Polarização entre Lula e Bolsonaro já aquece disputa para eleições de 2022

Foto: Divulgação

BRASÍLIA, DF – Com a proximidade do ano eleitoral, figuras políticas já começam a movimentar os bastidores para consolidar suas campanhas em 2022. Ao longo deste ano, o cenário para as eleições gerais, que devem decidir o próximo presidente da República se resumirá aos nomes do ex-presidente Lula da Silva (PT) e o atual mandatário, Jair Messias Bolsonaro (PL).

Para especialistas do cenário político uma disputa entre os candidatos, em uma eleição de segundo turno, evidenciará mais uma vez a polarização entre eleitores brasileiros.

A pouco mais de nove meses para as eleições gerais, os bastidores políticos já começam a protagonizar possíveis nomes como candidatos para a sucessão de Jair Bolsonaro. Além de Lula e Bolsonaro, a disputa conta com pelo menos três políticos dispostos a disputar o cargo, entre eles, o ex-ministro Sergio Moro (Podemos), governador de São Paulo, João Doria (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

No entanto, mesmo que os candidatos levantem discursos de “terceira via” para tirar Lula e Bolsonaro da evidência e aceitação do eleitorado, as pesquisas eleitorais continuam apontando cenários de segundo turno que concretizam uma disputa acirrada entre o petista e seu adversário conservador.

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Pesquisas

De acordo com as pesquisas de intenções de votos realizadas pelos institutos Ipespe, Atlas, PoderData e Datafolha, a diferença entre os dois principais pré-candidatos à Presidência da República está entre 6 pontos percentuais (PoderData) e 30 pontos percentuais (Datafolha), consideradas as margens de erro, com vantagem para o petista.

O último dado divulgado pela PoderData, realizado de 19 a 21 de dezembro de 2021, apontou Lula da Silva (PT) teria 40% dos votos em 1º turno contra 30% de Jair Bolsonaro se as eleições para presidente fossem hoje. Vale ressaltar que as pesquisas eleitorais são feitas com base nas intenções de votos do cenário atual, ou seja, se o pleito fosse realizado na data em que os eleitores foram questionados.

O cenário de queda do presidente Bolsonaro começou a crescer após o Supremo Tribunal Federal (STF) acatar a decisão do ministro Edson Fachin de retirar da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) os casos da Lava Jato que envolviam Lula.

Em março, Fachin anulou todos os atos processuais de quatro ações em que Lula figurava como réu ou investigado na Lava Jato por considerar que as acusações não têm relação com o escândalo de corrupção na Petrobras. Assim, Lula não se enquadrava mais na Lei da Ficha Limpa e se tornou legível para disputar as eleições de 2022.

Estratégias

Com um cenário eleitoral acirrada, as estratégias de campanha começam a ser traçada entre os discursos dos pré-candidatos.

Segundo o cientista político Carlos Santiago, os discursos de Lula e Bolsonaro devem surgir com estratégias de ataque, com críticas a gestões, além do controle da pandemia no país.

“Lula vai buscar ser o candidato antiBolsonaro com fortes críticas e soluções dos problemas nas áreas da saúde e da economia, pois milhares de brasileiros foram mortos por covid-19 e o federal foi insensível e denunciado pela CPI da Pandemia com um dos responsáveis pelas mortes, além disso a economia não cresce e isso gera desempregado e pobreza. Bolsonaro continuará com o discurso ideológico contra os defensores das ideias de Esquerda e do comunismo, usará a pauta dos costumes envolvendo a religião e comportamento das pessoas sobre família, armas de fogo e o aborto. Também terá destaque na estratégia de Bolsonaro o lado negativo da vida e dos governos petistas, além do pagamento pelo governo federal do Auxílio Brasil”, comentou.

Santiago destacou, ainda, que Lula e Bolsonaro terão fortes alianças eleitorais no âmbito nacional, além dos regionais, o que deve dificultará a ascensão de um candidato da terceira via.

“Devido os espaços eleitorais conquistados pelo presidente Bolsonaro e pelo presidente Lula entre a maioria do eleitorado, é muito difícil uma opção de terceira via política conquistar uma posição de destaque”, analisou.

Enquanto Lula deve reunir todos os partidos de esquerda para apoiar sua candidatura, Bolsonaro pode ter dificuldades em manter aliança com as siglas de Centro, devido a sua queda nas pesquisas, é o que explica o analista político Helso do Carmo.

“Eu diria que hoje nós temos pesquisas que mostram um desgaste muito grande do Bolsonaro, não sei se ele conseguiria recuperar, enquanto Lula está como o candidato favorito. Caso haja a continuidade desse desgaste, não consigo ver o Centrão apoiando um candidato que está na decadência, eles vão querer garantir as eleições também”, argumentou.

A consolidação de Lula e Bolsonaro entre os nomes mais prováveis em um segundo turno deixa claro que a população continua seguindo as intenções das massas, sem abrir espaço para novos candidatos, conforme explica o especialista político Breno Rodrigo.

“A polarização política já é uma tendencia nas eleições brasileiras. Isso porque os eleitores tendem a seguir candidatos que já receberam grande visibilidade. O ideal seria votar por ideologia ao invés de seguir o número das pesquisas, mas a realidade nesse momento não é essa”, finalizou.

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