Manaus, 20 de maio de 2024
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Cenário

Graças à Thaysa Lippy, ONG Pai Resgatando Vidas virou ‘utilidade pública’ em Manaus

Vereadora é autora do projeto de lei para beneficiar a Ong investigada por lavagem de dinheiro de mais de R$ 20 milhões.

Graças à Thaysa Lippy, ONG Pai Resgatando Vidas virou ‘utilidade pública’ em Manaus

(Foto: Celso Maia/Portal AM1)

Manaus (AM) – Investigada por desviar R$ 20 milhões em recursos financeiros, a Organização Não Governamental (ONG) denominada “Pai Resgatando Vidas” foi considerada “utilidade pública” pela Câmara Municipal de Manaus (CMM), em 2021, por meio de um projeto de lei da vereadora Thaysa Lippy (PRD).

O Projeto de Lei N. 317/2021 justifica que a instituição filantrópica preenchia todos os requisitos para ser considerada utilidade pública, aprovado pelo Parlamento municipal e sancionado pelo prefeito David Almeida (Avante).

 

(Foto: Divulgação/CMM)

 

Mas, devido às acusações contra a Ong, Thaysa afirmou nessa quarta-feira (8) que cabe à Prefeitura de Manaus retirar o título de utilidade pública da instituição, pois, segundo ela, no período em que visitou a sede do Pai Resgatando Vidas, verificou os antecedentes dos fundadores e da instituição e não havia nada que condenasse a conduta deles.

No entanto, conforme a parlamentar, não há como garantir que a partir do momento em que a instituição recebe os benefícios a ela destinados, continuará exercendo seu compromisso social e, por essa razão, tentará retirar o título.

“Nós não temos como garantir a conduta da pessoa daquele momento em diante. Não tem como saber que o instituo vai deixar de ser sério. Infelizmente, tendo em vista tudo o que está acontecendo, a gente está tentando uma forma de retirar essa utilidade pública ou entrar em contato com a Prefeitura”, afirma.

Polêmica e prisões

As acusações apontam que a ONG se aproveitou da vulnerabilidade de dependentes químicos para arrecadar fundos, os quais foram direcionados para benefício dos próprios fundadores, incluindo Cid Marcos Bastos Reis Maia, de 49 anos, líder da organização criminosa, e seu filho, Wilson Garcia Bastos Bisneto, de 21 anos. Ambos foram detidos pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) na última terça-feira (7).

Durante a operação O Pai tá Off, além da prisão de oito pessoas, também foram apreendidos diversos objetos em posse dos suspeitos, como armas e munições, que estavam em um cofre, e carros de luxo.

“Essas pessoas se aproveitavam de situações de vulnerabilidade para obter ganhos financeiros indevidos e vantagens pessoais, desestimulando a ajuda genuína em casos reais de necessidade. Esses criminosos lesavam pessoas de boa-fé, explorando o sofrimento alheio”, explicou o delegado-geral adjunto, Guilherme Torres.

Os bens adquiridos por meio de lavagem de dinheiro e ocultação de bens possuem alto padrão, demonstrando o estilo de vida luxuoso dos principais membros da organização criminosa. Essa ostentação fica evidente em fotos nas quais eles exibem dinheiro, carros e barcos.

O fundador, conhecido como Pai Marcos, conforme as investigações, é acusado de praticar abusos sexuais contra mulheres em troca de materiais de higiene e comida, inclusive, segundo o delegado, tanto na sede em Manaus quanto no município de Iranduba, foram encontradas inúmeras unidades de preservativos.

 

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