Por Ana Carolina Barbosa
Especial para o Amazonas1
MANAUS – O número de reclamações contra os serviços prestados pela Eletrobras Distribuição Amazonas aumentou em 40,5 mil, entre 2014 e 2015, passando de 425 mil para 465,5 mil, em um ano. O levantamento faz parte da última estatística divulgada pela Ouvidoria Setorial em Números da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Tanto em 2014 como em 2015, 76% das reclamações estão relacionadas às interrupções no fornecimento de energia elétrica.
O resumo das reclamações é composto por registros na própria concessionária, na ouvidoria e em um canal da Aneel. O relatório de 2014 aponta que, das 425 mil reclamações registradas, 355,2 mil são por interrupções no abastecimento. No ano seguinte, o cenário foi praticamente similar: dos 465,5 mil registros, 357,8 mil são por interrupções, o que demonstra uma instabilidade no sistema.
Outros números que chamam a atenção nos relatórios são os de variação de consumo e de erros de leitura. Na variação de leitura, o registro foi 49,38 mil, em 2014, e 22,09 mil casos, em 2015. Já no erro de leitura, foram registradas 22,2 mil reclamações e 8,02 mil, em 2014 e 2015, respectivamente.
Unidades consumidoras
Enquanto o número de reclamações cresceu 10%, o de unidades consumidoras apresentou um aumento de 4,2%, passando de 860,7 mil, em 2014, para 897,04 mil, em 2015. Significa dizer que, há três anos, o número de reclamações equivalia a quase 50% dos consumidores da concessionária. No ano seguinte, esse percentual subiu para 51,8% (uma denúncia para cada dois consumidores, aproximadamente).
A Eletrobras é composta por oito distribuidoras, que registraram, juntas, 2,26 milhões de reclamações em 2014, mostrando que o problema não está concentrado somente no Amazonas. As reclamações que estão relacionadas ao abastecimento do estado correspondem a 18,7% desse total.
Outros motivadores no Amazonas foram: prazos de pagamento, entrega de fatura, danos elétricos e cobrança irregular. Uma curiosidade que consta no documento é que, no acumulado dos dois anos analisados, 4,7 mil pessoas registraram danos elétricos oriundos de problemas no abastecimento (ou ocasionados pela interrupção dele).
O Amazonas1 fez contato por e-mail e telefone com a assessoria da Eletrobras Distribuidora Amazonas para solicitar dados relativos a 2016 – que ainda não estão disponíveis no site da Aneel -, bem como, para buscar uma justificativa para as reclamações, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
‘Apagões’
Nesta semana, ocorreram pelo menos cinco interrupções de energia em Manaus e Região Metropolitana, que deixou vários bairros no escuro. Em nota, a Eletrobras informou que, em um dos dias, o apagão ocorreu em consequência do desligamento dos dois circuitos do trecho entre Oriximiná (PA) e Silves (AM) da linha de transmissão de 500kV, do Linhão de transmissão que liga a hidrelétrica de Tucuruí (PA) a Manaus. Segundo a empresa, o apagão afetou, também, as cidades de Iranduba, Manacapuru e Presidente Figueiredo, no Amazonas.
A linha de transmissão que liga Tucuruí a Manaus foi inaugurada após quatro anos de obras, com a promessa do governo federal de que tiraria a cidade do isolamento energético, com energia de qualidade e tarifas mais baixas e com um alívio para o bolso de todos os brasileiros. Com 1,8 mil quilômetros de extensão, o Linhão prometia uma economia com a redução do consumo de diesel por térmicas na região de R$ 1,9 bilhão, no primeiro ano. Os R$ 3,5 bilhões investidos na construção tinham um objetivo ainda mais grandioso: interligar a maior parte da Região Norte ao sistema elétrico nacional.
Não deixe de curtir nossa página no Facebook, siga no Instagram e também no X.