
Estiagem no Amazonas e crise energética em pauta no encontro do G20 em Manaus (Foto: TV Brasil)
Manaus (AM) – A possível crise energética no Brasil, ocasionada pela intensa estiagem no estado do Amazonas, foi pauta durante o evento do Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20, realizado nesta quinta-feira (19), no Centro de Convenções Vasco Vasques, bairro Flores, zona Centro-Sul de Manaus.
O evento, que começou na segunda-feira (16) e se encerra nesta quinta-feira (19), abordou a inovação aberta como ferramenta para o desenvolvimento sustentável; transição energética justa e inclusiva; bioeconomia circular e sustentável; promoção da saúde global, além de pesquisa e inovação voltadas para a Amazônia e outras florestas.
No entanto, a questão da crise climática e da severa estiagem vivenciada pelos amazonenses não deixou de ser discutida. Ao Portal AM1, a representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que a situação é um vetor de ameaça.
“Isso é um vetor de ameaça. Nós temos como fonte principal as hidrelétricas. Então, quando há uma estiagem muito severa, isso obviamente impacta nas nossas reservas para poder garantir energia firme. Por isso mesmo – por mais que a gente tenha ampliado e ampliou muito. Em 10 anos, no mínimo, multiplicamos em cinco vezes os nossos parques solares e, em segundo, nossos parques eólicos. Nós temos que buscar permanentemente produção energética que garanta segurança energética”, disse ministra em coletiva de imprensa.
Segundo dados do Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), divulgados em 2023, 92% da energia produzida no Brasil é proveniente de energia renovável. Desse número, as usinas hidrelétricas correspondem por cerca de 73,6% do total produzido, enquanto as eólicas são responsáveis por 14,6%. Já as demais fontes, como biomassa, pequenas centrais elétricas (PCH), solar e as centrais geradoras hidrelétricas (CGH) foram responsáveis por 11,8%.
Entre as alternativas discutidas para solucionar essa preocupação, está o retorno do horário de verão, discutido pelo Ministério de Minas e Energia. A medida busca reduzir o consumo de energia ao aproveitar melhor a luz solar e diminuir o uso de termelétricas.
“O ministro Alexandre Silveira [Ministério de Minas e Energia] está admitindo, mas isso não tem decisão final ainda. Por exemplo, o horário de verão para você fazer a economia de energia. Isso são alternativas e paliativos para poder atravessar o momento de estiagem, podendo garantir investimentos mais vultosos numa perspectiva de diversificar a produção de energia”, defendeu Luciana Santos.
O retorno do horário de verão é uma medida aprovada por boa parte da população. Um levantamento do Reclame AQUI e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), que ouviu três mil pessoas, mostra que 54,9% enxergam de maneira positiva essa mudança nos relógios.
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