Manaus, 13 de maio de 2024
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Esportes

F-1 vota nova fórmula de programação e prevê teste no GP no Brasil

A mudança vai ser discutida nesta quinta-feira (11) durante reunião da Comissão de F1

F-1 vota nova fórmula de programação e prevê teste no GP no Brasil

Os chefes de equipe da Fórmula 1 vão votar pela quarta vez a possibilidade de alguns finais de semana terem duas corridas em vez de apenas uma no domingo. A mudança vai ser discutida nesta quinta-feira (11) durante reunião da Comissão de F1.

A proposta foi derrotada em três oportunidades, mas sofreu alterações importantes e tem chances de passar desta vez. E uma das corridas escolhidas para testar o novo formato seria o GP de São Paulo, marcado para novembro, em Interlagos.

Os GPs do Canadá, em Montreal, e da Itália, em Monza, seriam as duas outras provas que teriam uma corrida no sábado e outra no domingo.

Com isso, a programação teria um treino livre e a classificação na sexta-feira, e, no sábado, um segundo treino livre e uma corrida mais curta, com duração de uma hora, tempo de TV comum ao treino classificatório. O resultado desta corrida do sábado formaria o grid do GP no domingo.

Uma das discussões que estarão na mesa na reunião é a questão dos pontos no campeonato. A proposta atual é de computar metade dos pontos de um GP normal, indo até o oitavo colocado. Normalmente, a pontuação é dada até o décimo.

A ideia precisa de oito dos dez votos das equipes para ser aprovada para este ano. Trata-se de um número que não foi atingido nas outras três vezes em que mudanças desse tipo foram propostas, em um espaço de dois anos.

Mas esta proposta traz diferenças importantes que aumentam suas chances de aprovação. A última ideia que foi rechaçada previa que o grid de largada da corrida curta fosse a inversão do campeonato de pilotos, ou seja, o líder do campeonato largaria em último, e assim por diante.

A ideia do grid invertido era rejeitada principalmente pela Mercedes, que evitou a aprovação ano passado. Agora, é esperado que a oposição, se vier, seja das equipes com menor orçamento.

Elas apoiavam o grid invertido porque daria a chance de andar na frente, mesmo que fosse por algumas voltas, mas, com essa nova proposta, continuariam potencialmente no fundo do pelotão e apenas gastando mais de seu equipamento para isso.

A F-1 pode argumentar, por outro lado, que, com a diminuição dos treinos livres de sexta-feira, que vão passar de duas sessões de 1 h e 30 minutos para 1 h cada, ao longo de toda a temporada, essa economia pode compensar o gasto a mais de três corridas curtas.

A vontade de testar alterações vem do diretor-técnico Ross Brawn. A ideia é que alguns finais de semana no ano tenham uma programação diferente, para jogar mais uma variável na disputa.

Essas corridas diferentes ocorreriam em circuitos nos quais as provas costumam ter mais ultrapassagens. Duas delas, no caso, no Brasil e no Canadá, seriam em horários bons para o mercado norte-americano, onde a F-1 vem tentando crescer.

Além disso, apesar de a ideia do grid invertido ter sido abandonada, ainda vale a prerrogativa de que uma corrida curta aumentaria as chances de resultados inesperados, o que poderia ser positivo já que, em decorrência da pandemia, a F-1 teve de atrasar a mudança de regras de 2021 para o ano seguinte e os carros desta temporada serão bem parecidos com os da anterior.

Há várias medidas sendo tomadas para aumentar a competitividade da categoria, como o teto de gastos e o limite de tempo de desenvolvimento aerodinâmico baseado na posição do campeonato, mas elas terão efeito mais a médio prazo.

“[A ideia do] grid invertido acabou. Acho que é importante pensar em outras ideias para nos tornarmos mais atraentes ou interessantes, mas não acho que temos de perder a abordagem tradicional das corridas”, disse recentemente o novo CEO da F-1, Stefano Domenicali.

“Acho que aprendemos naquela época em que estávamos mudando constantemente a classificação que isso foi negativo. Então, precisamos evitar isso”, completou.

A temporada de 2021 da F-1 começa com o GP do Bahrein, no dia 28 de março. Os carros começam a ser lançados já na semana que vem.

*Com informações da Folhapress