Manaus, 30 de abril de 2025
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Cenário

Ex-secretário de Saúde deixa prisão para tratar o câncer em São Paulo

Ex-secretário de Saúde deixa prisão para tratar o câncer em São Paulo

Wilson Alecrim tem cirurgia prevista para o dia 23 (Foto: Reprodução)

Preso na segunda fase da Operação Maus Caminhos, o ex-secretário de Saúde do Amazonas Wilson Alecrim, não ficará mais preso no Centro de Detenção Provisória Masculino (CDP) 2. A defesa conseguiu a liberação dele para cumprir prisão domiciliar e fazer o tratamento em São Paulo de um câncer na próstata.

Wilson Alecrim tem cirurgia prevista para o dia 23 (Foto: Reprodução)

A decisão da desembargadora do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Mônica Sifuentes, saiu na tarde de ontem. O ex-secretário do governo de José Melo (PROS) foi preso no dia 13 de dezembro na operação Custo Político. Foi liberado no dia 27 após e, no dia 31 de dezembro, voltou a ser preso após recurso do Ministério Público Federal (MPF) ser acatado pela Justiça. A transferência para o CDP 2 ocorreu na tarde do dia 3 de janeiro.

Alecrim tem cirurgia prevista para o dia 23 deste mês. O ex-secretário teve o diagnóstico de câncer no dia anterior à prisão.

Entenda porque Alecrim estava preso

Em 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que possuía contratos firmados com o governo do estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.
A apuração indica o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
No dia 13 deste mês, foi deflagrada a Operação Custo Político, que prendeu 12 pessoas, entre elas ex-secretários estaduais de pastas como Saúde, Fazenda, Administração e Casa Civil, além de um coronel da Polícia Militar. Conforme as investigações, o grupo recebeu, pelo menos, R$ 20 milhões em propina.
Um dos secretários de saúde, à época de seu mandato, chegou a receber pelo menos 14 pagamentos de R$ 133 mil para favorecer o INC, desde a qualificação do instituto como organização social. Outro pagamento identificado, também envolvendo um ex-secretário, totaliza R$ 5,6 milhões, pagos durante 18 meses em repasses de R$ 300 mil.