
(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Manaus (AM) – O Carnaval de 2025 já está à porta, mas nem todos os foliões decidiram abrir. É o que revela um levantamento da Action Pesquisas, que aponta que 67,1% das pessoas preferiram aproveitar o feriado prolongado para descansar ou viajar, ao invés de cair na folia.
A pesquisa aponta que 17,4% das pessoas irão trabalhar durante o Carnaval, sem a possibilidade de escolher entre o descanso e a folia.
Outros 6,7% confirmaram que vão aproveitar a festa em Manaus, enquanto 5,7% decidiram viajar sem relação com o evento, apenas para relaxar.
Apenas 2% afirmaram que vão acompanhar o Carnaval em outros estados, e 0,3% destinaram o período para os estudos.
Entre aqueles que escolheram descansar está a estudante de Direito Jurema Souza. Ela optou por passar o feriadão em casa, priorizando a família e os estudos.
Apesar de já ter frequentado a tradicional Bica, em Manaus, a insegurança foi um fator decisivo para sua escolha de curtir o Carnaval em casa.
“A cada ano, sinto os eventos mais perigosos, sem controle e sem aquela sensação de blocos de Carnaval. O único que se tornou tradição foi o da minha família, que organizamos há anos”, relatou.
Jurema, que desfilou por três anos na escola de samba Dragões do Império, hoje prefere comemorar a data ao lado da família e amigos. Sua melhor lembrança carnavalesca vem do primeiro bloco organizado por seus familiares.
“Foi uma das melhores experiências carnavalescas. Todos reunidos – amigos, familiares, vizinhos. Fechamos a rua, uma brincadeira que começou sem intenção de crescer tanto, mas que se tornou um momento especial. Uma festa linda e inesquecível”, contou.
A tradição familiar também encanta Giulia Barbosa, amiga de Jurema, que faz questão de participar do bloco organizado pela família.
“Os bloquinhos da família da minha amiga Jurema são sempre as melhores experiências”, disse Giulia ao AM1.
Ela compartilha do sentimento de que o Carnaval de rua mudou. “Na minha opinião, a diferença está nos foliões. As pessoas ficaram mais violentas e bagunceiras, coisas que eu detesto e que acabam me afastando”, explicou.

(Foto: Arquivo Pessoal/Giulia Barbosa)
Neste ano, Giulia também optou por descansar e aproveitar o tempo com sua filha e amigos.
“Vou preferir passar um tempo melhor com minha filha e festejar em casa ou na casa de amigos”, concluiu.
Na contramão, a empreendedora Carmen Rosa, dona do bar Adega Delas, decidiu embarcar no ritmo do Carnaval em 2025. Tradicionalmente, ela aproveita as datas comemorativas para faturar, mas desta vez resolveu se divertir.
Entretanto, a miniempreendedora percebe uma grande diferença no Carnaval de hoje em relação aos anteriores, especialmente quando se trata da segurança.
“Por que antigamente era tão tradicional. Era tudo diferente. A gente sai para curtir o Carnaval e não sabe se vai voltar para casa. Então, muita coisa mudou no Carnaval. Essa época agora é diferente. Estamos em um momento totalmente novo, né? Mudou muito”, explicou Carmen.
Mesmo escolhendo a festa este ano, sua melhor lembrança está ligada ao momento em que abriu o próprio negócio e conquistou sua independência financeira.
“Foi a melhor experiência que tive: trabalhar, ganhar dinheiro e investir no Carnaval. Depois, fui brincar, tomar água de coco, dançar e até encontrei um amor de Carnaval”, relembrou.
Outro apaixonado pela folia é Guilon Travessa, de 57 anos. Ele faz questão de acompanhar tanto os blocos de rua quanto os tradicionais desfiles no Sambódromo. Folião assíduo, ele tem seus favoritos em Manaus.
“Gosto muito da Bica, da Banda da Difusora e do Boulevard, porque ficam próximos da minha casa, no centro. Mas, na segunda-feira gorda, é tradição ir para a Banda do Caldeira”, afirmou.

Guillon já participou dos grandes bailes de Carnaval, tanto infantis quanto adultos, e observa mudanças na participação do público nos blocos (Foto: Arquivo Pessoal/Guilon Barbosa)
Sócio-fundador da Escola de Samba Grêmio Recreativo Sem Compromisso, Guilon já frequentou os grandes bailes de Carnaval, tanto infantis quanto adultos, e percebe mudanças na participação do público nos blocos de rua.
“Frequentei os salões do Rio Negro, Cheik Club e Bancrevea. Eram bailes magníficos! A Segunda-Feira Gorda no Rio Negro era black-tie, uma coisa maravilhosa. Mas percebo que as bandas estão com menos público. Não sei se é por causa da violência, mas o Carnaval definitivamente mudou”, avaliou.
Enquanto muitos caem na folia, Patrícia Cortez faz parte da maioria que busca apenas tranquilidade neste Carnaval de 2025. Sem interesse pelos blocos de rua e sem acompanhar os desfiles das escolas de samba em Manaus, ela revela, no entanto, sua torcida fiel pela Reino Unido da Liberdade.
Sobre viajar nos feriados prolongados, Patrícia conta que, embora faça isso ocasionalmente, desta vez optou por aproveitar o descanso no conforto de casa. “Gosto mais da tranquilidade”, disse Patrícia.
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