
(Foto: Maiara Ribeiro/Portal Am1)
Manaus (AM) – O que já era temido pelos condutores de Manaus se confirmou neste final de semana: o preço da gasolina atingiu patamares históricos na cidade. Enquanto em alguns postos o combustível ainda pode ser encontrado por R$ 6,99, em outros, o reajuste chegou a R$ 7,29 neste domingo (9).
O aumento, no entanto, vai além do reajuste oficial do ICMS, que subiu apenas R$ 0,10 por litro. Os condutores, maiores prejudicados, levantam suspeitas de práticas abusivas e até mesmo de formação de cartel entre os postos da região.
Nas redes sociais, eles não pouparam críticas. Um condutor indignado comparou a situação a “vender o galinheiro para a raposa”.
“Venderam o galinheiro para a Raposa e ainda tem gente que acreditou que a Raposa não iria comer as galinhas. Pagamos um preço absurdo nas bombas e pior ainda, o cartel que existe há décadas chefiada por essa rede de postos continua agindo livremente; o ICMS subiu 0,10 centavos por litro e nas bombas subiram 0,30 por litro nos preços, uma verdadeira organização criminosa que age no nosso Estado, lesando nós os consumidores”, reclama.
Outros relatos reforçam a insatisfação geral. “Ainda nem subiu oficialmente e já foi para o posto”, disse um internauta. Já outra pessoa destacou o aumento no preço do etanol, que saltou de R$ 4,99 para R$ 5,49: “É uma roubalheira… são abusos contra o direito do consumidor. Absurdo!”
Falta de fiscalização
A suspeita de que um cartel atua em Manaus para controlar os preços dos combustíveis não é nova, mas ganhou força com os recentes reajustes.
Um consumidor afirmou: “O povo não entende que temos uma das gasolinas mais caras do Brasil e que existe um cartel aqui. Todos os postos estão com o mesmo valor, não há competitividade. Estão todos fechados entre si, e nós não temos escolha!”.
Ele ainda criticou a atuação do Procon-AM e do Ministério Público do Amazonas: “O @procon_amazonas não faz NADA! Nem o @mpamazonas. Lamentável”.
Outra pessoa sentiu a mesma frustração: “Desde que me entendo por gente, o cartel domina Manaus. Nada e ninguém consegue derrubar isso. Infelizmente, tudo é articulado entre os ‘poderes’”. A sensação de impunidade é generalizada, como destacou outro comentário: “Infelizmente, fica por isso mesmo. Esse cartel paga todo mundo, e quem deveria fazer algo fecha os olhos”.
Falta de transparência e impacto no bolso do consumidor
O aumento desproporcional nos preços, somado à falta de transparência na formação dos valores, tem gerado revolta entre os manauaras. Enquanto o reajuste do ICMS foi de R$ 0,10 por litro, o repasse aos consumidores chegou a R$ 0,30. Confira abaixo o valor do reajuste na Refinaria do Amazonas (Ream) até a última sexta-feira (7).
Além disso, o aumento no preço do etanol, que deveria ser uma alternativa mais barata em relação à gasolina, também preocupa. Com o litro vendido a R$ 5,49, a diferença de custo-benefício em relação à gasolina diminui, limitando as opções dos consumidores.
Na semana passada, especialistas em economia disseram ao Portal AM1 que o preço dos combustíveis, bem com o da cesta básica, iriam aumentar devido ao reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
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