
(Fotos: Alex Pazuello/Secom/Reprodução Facebook/CMM)
Manaus (AM) – Nessa quarta-feira (29), o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), afirmou que enviará à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) a proposta para criar mais duas pastas para a sua gestão, que seriam a Secretaria da Pesca e a Secretaria de Proteção e Bem-Estar Animal. Além disso, o mandatário pretende reativar a Secretaria da Pessoa com Deficiência, desativada em 2019, durante o seu primeiro mandato.
Lima já deixou claro que tem pressa para ativar as secretarias: “Assim que abrir os trabalhos legislativos, eu já encaminho as mensagens”, disse o governador.
O anúncio vai de encontro com um decreto assinado por ele em 2023, quando anunciou um corte de gastos motivado pela queda na arrecadação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE), o que resultou em uma perda de R$ 1 bilhão aos cofres públicos do Amazonas naquele ano.
O cientista político Carlos Santiago criticou a iniciativa do governador, apontando que a criação de novas secretarias ocorre em um contexto de pré-campanha para as Eleições de 2026. Na visão do especialista, o governo estadual deveria oferecer eficiência, com resultados positivos, e não inchar a máquina pública criando mais secretarias.
“O governo Wilson Lima, nos últimos anos, tem solicitado do Poder Legislativo e tem recebido autorização para contrair empréstimos bilionários. Porém, a qualidade dos serviços públicos oferecidos à população está muito aquém das necessidades da população. Há problemas, sim, na área de saúde, de educação, o estado não avança como deveria no setor segurança pública, na questão ambiental. Então, o governo deveria priorizar e, muito, a estrutura governamental que já tem, e que é enorme, por sinal, e dar mais eficiência. No entanto, como já estamos em uma pré-campanha, visando às Eleições de 2026, o governador age também objetivando agradar setores da sociedade, criando secretarias e recriando outra, mas para isso é necessário ter uma estrutura mais eficiente com resultados positivos. Inchar a máquina pública criando outros órgãos não é sinônimo de eficiência”, pontou o cientista político.
Outro analista político também aponta a contradição na decisão de Lima. Segundo ele, é incoerente cortar gastos alegando dificuldades financeiras e, pouco tempo depois, criar novas secretarias que vão gerar mais despesas aos cofres públicos.
“O governo não pode tratar a administração pública como um tabuleiro político, onde peças são movimentadas apenas para obter apoio eleitoral. Se a prioridade é melhorar a qualidade dos serviços, deveria haver uma reestruturação e otimização da máquina pública antes de aumentar sua complexidade e custos”, criticou o sociólogo Giovanni Mascarenhas.
Na visão dos especialistas, a criação de novas secretarias, geralmente, implica custos adicionais com novas equipes, infraestrutura e outros recursos. Por isso, é importante que haja uma justificativa clara e um planejamento para garantir que esses custos tragam benefícios para a população.
Quem vai comandar cada secretaria?
Wilson Lima ainda não anunciou a quem entregará as secretarias, mas nos bastidores da política, já surgiram especulações dos nomes que podem ser escolhidos. Entre as suposições, está o nome da deputada estadual Joana Darc (UB), bem como o nome de seu esposo, o vereador recém-empossado Aldenor Lima, também eleito pelo União Brasil.
Eles podem ser escolhidos para comandar a pasta da causa animal ou da Pessoa com Deficiência. Caso essas movimentações ocorram, haverá uma dança de cadeiras tanto na Câmara Municipal de Manaus (CMM) quanto na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Se Aldenor Lima assumir qualquer secretaria, o ex-vereador e ex-presidente da CMM, Caio André, retornará ao Parlamento municipal ocupando a vaga de Aldenor, pois é o primeiro suplente do União Brasil na vereança.
Por outro lado, se Joana Darc assumir uma das pastas, a primeira suplente do partido, vereadora Professora Jacqueline (UB), é quem assumirá o seu lugar na Aleam, ao mesmo tempo em que Caio André também voltaria para a CMM como suplente. Ou seja, as movimentações beneficiariam o ex-presidente da CMM de qualquer maneira.
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