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Saúde & Beleza

Grávidas correm mais risco com a covid-19? Especialista faz alerta

A covid-19 é um risco para mulheres que estão grávidas. O vírus pode causar sérios problemas para a mãe e para o bebê

Grávidas correm mais risco com a covid-19? Especialista faz alerta

Foto: Divulgação Pixabay

MANAUS, AM – Mulheres grávidas e covid-19 não são uma boa combinação.  De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), até esta quinta-feira (22), foram registrados 2.232 casos de gestantes contaminadas pela covid-19 e 44 óbitos. A gestação de mulheres com o vírus é um caso mais preocupante, pois coloca em risco a vida da mãe e do filho.

Algumas gestantes com comorbidades já foram vacinadas contra a Covid-19, em Manaus. Grávidas que não têm nenhum tipo de doença, nessa fase do Plano Nacional de Imunização (PNI), ainda não entram na lista de prioridades  para a vacinação contra o coronavírus.

Em conversa com a médica infectologista, Solange Dourado, ela explicou que a atenção a mulheres nessa condição precisa ser redobrada.

Leia mais: Capitais iniciam vacinação em grávidas com comorbidades

“Nessa pandemia, tem se observado que as grávidas têm adoecido mais. Quando elas apresentam esse quadro da ‘Síndrome da angústia respiratória’, a covid tem sido responsável por cerca de quase 70% dos casos. Inclusive, levando a quadros bem graves e internação em UTI”, relatou a especialista.

Situação mais preocupante

Dessa forma, Solange contou que casos de falta de ar em grávidas com influenza já era conhecido, mas, com a covid, a situação tem sido mais preocupante.

A gravidez opera mudanças no corpo e na saúde e o estado de saúde da mulher afeta diretamente o feto.

Foto: Reprodução Pixabay

“Para que ela possa tolerar o bebê no seu organismo, ela sofre uma alteração de imunidade. Em outras palavras, só assim a gravidez pode transcorrer normalmente. Dessa forma, a gente considera que há uma diminuição de imunidade durante a gestação. Quando o vírus infecta a grávida, isso pode gerar quadros mais graves”, frisou a infectologista.

A gestação exige uma série de cuidados, tanto para a saúde da mãe quanto para o bebê. A médica informou que foi verificado que, no Brasil, as gestantes têm adoecido, principalmente, no terceiro trimestre da gravidez.

Solange afirmou que é importante que as gestantes busquem tomar todos os cuidados necessários para não contrair o vírus. Bem como aquelas que já podem se vacinar, devem buscar a imunização para evitar problemas futuros.

Peguei Covid-19 e estava grávida

Contaminação pelo coronavírus é, infelizmente, comum nesse período de pandemia. Rosemeire Araújo da Silveira, de 28 anos, acabou sendo contaminada na sua oitava semana de gestação. Apesar de ter tido sintomas leves, ela procurou rapidamente o acompanhamento médico.

“Eu desenvolvi uma forma leve da doença e consegui tratar no começo. Eu estava na oitava semana de gestação e os sintomas iniciais eram tosse, muito cansaço e falta de ar, por exemplo”, contou a futura mamãe.

Rosemeire contou que foi a uma UBS (Unidade Básica de Saúde), mas continuou o tratamento em casa. Depois de alguns meses se tratando e fazendo acompanhamento pré-natal, ela acabou desenvolvendo uma pneumonia.

“Por incrível que pareça, a pneumonia foi bem mais forte que a covid. Tive muitas crises de falta de ar. Nossa, foi horrível! Achei que não iria resistir!”.

Ela ainda contou que os medicamentos receitados demoravam para fazer o efeito, logo, também usava muitos remédios caseiros. De acordo com ela, eles a ajudaram muito.

As sequelas

A futura mamãe falou que sua imunidade não é mais a mesma. Ela disse que qualquer mudança climática a deixa bem ruim.

“Qualquer mudança de temperatura, permanecer por longos períodos em lugar com ar-condicionado e poeira já me afetam. Começa com a tosse e logo fico cansada”, relatou.

Atualmente, com oito meses de gestação, Rosemeire continua o acompanhamento pré-natal para ter um parto tranquilo. Ela contou ao Portal Amazonas 1 que a situação a deixou bastante preocupada. A falta de ar, segundo ela, prejudica o bebê.

“Algo muito preocupante em relação a qualquer problema respiratório na gravidez, não só em relação à covid-19, mas a outros também, é que a falta de ar prejudica a oxigenação do bebê. E isso me deixou bastante preocupada, no entanto, infelizmente não há muito o que se fazer”, falou Rosemeire.

Recomendações

Ela contou que os médicos recomendaram que ela tome bastante cuidado para que a filha não nasça com algum tipo de sequela.

“As recomendações são as mesmas que se ouve falar o tempo todo, SE CUIDE! Já em relação ao feto, não há nada que se possa fazer antes do nascimento. Não tem como saber se o bebê também contraiu o vírus” (sic).

A princípio, o parto de Rosemeire será normal, porém, ela deve passar por uma avaliação minuciosa quando estiver mais próximo do nono mês de gestação por causa da falta de ar corriqueira. Nesse meio tempo, ela deve manter o distanciamento social.