Manaus, 19 de abril de 2024
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Esportes

Indígena amazonense estreia nesta quarta, 7, no Pan-Americano

Graziela Santos, a 'Yaci', da etnia Karapãna, é uma das promessas do tiro com arco no Brasil e tem na bagagem vários títulos, nacionais e internacionais

Indígena amazonense estreia nesta quarta, 7, no Pan-Americano

A indígena amazonense do tiro com arco Graziela Santos, a “Yaci”, da etnia Karapãna, faz sua estreia nesta quarta-feira, 7, nos jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. A jovem de apenas 23 anos desponta como um dos maiores nomes da modalidade no País e é a primeira indígena da história a defender a bandeira brasileira num Pan.

“É a primeira vez que eu estou participando de um Pan e é a primeira vez que uma atleta indígena do Brasil participa também. Estou me sentindo extremamente feliz como mulher indígena, como nortista. A gente não tem muito atleta de Tiro com Arco no Amazonas e mesmo sendo tão pouco nós estamos entre os melhores do Brasil. É um destaque muito grande para o Amazonas”, comemorou.

 Yaci se classificou em primeiro lugar entre os atletas da seleção brasileira de Tiro com Arco para disputar o Pan-Americano 2019, além de ter no currículo uma trajetória quase invejável pelo tempo de atuação.

O início

Nascida de uma família de indígenas da etnia Karapãna, em uma comunidade dentro de uma Unidade de Conservação nos arredores de Manaus, ela e os irmãos, desde pequenos, dominavam o tradicional arco e flecha usado pelos antepassados como instrumento de caça.

Da habilidade adquirida entre gerações, a arqueira e os irmãos receberam apoio e incentivo para se tornarem atletas de ponta do Tiro com Arco – nome oficial da modalidade olímpica – por meio do Projeto Arquearia Indígena, desenvolvido pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), em parceria com a Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) e a Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), e que tem objetivo de valorizar não só o esporte, mas também a cultura e a identidade dos povos indígenas do Estado.

Desde que passou a integrar o projeto, “Grazi” já conquistou diversas medalhas em campeonatos nacionais e internacionais, incluindo dois ouros nos Jogos Sul-Americanos 2018, na Bolívia, e uma prata no Grand Prix do México desse ano, para citar os mais recentes. Ela também participou do mundial de Tiro com Arco, que ocorreu em junho na Holanda.

Equipe e treinos

Desde a última quinta-feira, 1, Graziela e a equipe brasileira estão em solo peruano. A seleção é formada por um total de 11 pessoas, sendo seis atletas de Tiro com Arco recurvo – três homens e três mulheres –, dois atletas de Arco composto, dois técnicos e um chefe de equipe.

 

(*) Com informações da assessoria