Manaus, 5 de outubro de 2024
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Manaus, 5 de outubro de 2024

Cidades

Inpe aponta Amazônia e Pantanal como ‘vilões’ das queimadas e gases poluentes

As queimadas no Amazonas levaram a um estado de emergência ambiental, com uma densa nuvem de fumaça afetando todas as 62 cidades, incluindo a capital Manaus.

Inpe aponta Amazônia e Pantanal como ‘vilões’ das queimadas e gases poluentes

(Foto: Divulgação/ICMBio)

Manaus (AM) – O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que a Amazônia e o Pantanal estão entre os principais responsáveis pelas queimadas e pela emissão de gases poluentes no Brasil. Em 2024, o estado do Amazonas registrou o maior número de focos de calor desde 1998, contabilizando 21.612 queimadas até o dia 23 de setembro.

As queimadas no Amazonas levaram o estado a um estado de emergência ambiental, com uma densa nuvem de fumaça afetando todas as 62 cidades, incluindo a capital, Manaus. A qualidade do ar tem sido classificada como muito ruim ou péssima. O governo do Amazonas atribui o aumento dos focos de calor à severa seca que atinge a região, favorecendo a propagação do fogo em áreas de floresta.

Até agosto, o Amazonas já contabilizava 10.328 queimadas, quase o dobro do registrado no mesmo mês do ano anterior. Julho também foi alarmante, com 4.200 focos, o pior número em 26 anos. Em setembro, apenas nos primeiros 24 dias, 6.128 incêndios florestais foram registrados. Os municípios de Apuí e Lábrea figuram entre os dez que mais queimam na Amazônia Legal, com 4.300 e 4.000 queimadas, respectivamente.

Um estudo do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Inpe destaca que a fumaça dos incêndios tem se espalhado por mais de 80% do Brasil, afetando cidades como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.

A especialista em química da atmosfera, Karla Longo, observa que a fumaça das queimadas está atingindo áreas que não costumavam ser impactadas, como o sul da Bahia, e alerta que a poluição do ar pode se tornar uma ocorrência frequente se as queimadas persistirem.

Além das partículas visíveis, a pluma de fumaça transporta gases poluentes invisíveis, como monóxido de carbono e CO2, que permanecem na atmosfera por meses. Longo enfatiza a necessidade urgente de ações preventivas e combate eficaz às queimadas, pois a qualidade do ar e a saúde pública estão em risco.

Com a previsão de que a estiagem na região Norte se mantenha até o final de outubro, a situação continua crítica, exigindo uma resposta rápida e eficaz das autoridades para mitigar os impactos das queimadas e proteger a saúde da população.

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