
Pessoas ficam isoladas na BR-319 após rompimento de aterro - Foto: (Ascom senador Plínio Valério)
Brasília (DF) – A situação do trecho do quilômetro 23 da BR-319, onde um aterro improvisado rompeu no último sábado (31), está cada vez mais dramática. Em um relato recebido pelo Portal AM1, o motorista destacou que existem famílias com até quatro dias no engarrafamento sem qualquer suporte do poder público.
Além dos veículos de passeio e caminhões de carga, há também carga viva, sem alimento ou água, correndo risco de morte. A extensão do congestionamento já está em 50 quilômetros nos dois sentidos da rodovia, disse o motorista, que tem medo de retaliação e não quis que sua identidade fosse revelada.
“Tem gente que já tá aqui três, quatro dias, esperando a liberação da ponte. No momento que eles estão jogando pedra, mas não tem contenção para fixar e não tem a balsa para fazer o translado para atravessar para o outro lado”, disse o motorista.
O trabalhador também pontuou que os itens de consumo, como água e comida da comunidade de Água Azul, foram comprados pelos motoristas, e o que ainda resta está sendo vendido com um preço fora do comum.
“Não tem nada aqui, o que estão vendendo, estão aloprando no preço,” disse.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) foi procurado pelo Portal AM1, que questionou quais medidas estão sendo tomadas para socorrer as pessoas que estão isoladas na rodovia, incluindo pontos de apoio com água e banheiros químicos. Até a publicação desta reportagem não houve retorno.
Retrato do Abandono
O senador Plínio Valério (PSDB) acompanha a situação e afirmou à reportagem que a interdição da BR-319 é o retrato do abandono
“Prometeram a reconstrução há três anos e agora falam em entregar só no fim de setembro. Enquanto isso, o acesso improvisado cedeu e virou um caos. É inadmissível que uma rodovia tão estratégica para o Amazonas continue sendo tratada com tamanho descaso”, disse o senador.
Nas redes sociais, circula um vídeo que retrata parte da situação: um barco atravessando o trecho do rio com um caixão, que é colocado no chão da rodovia, cercado de familiares.
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