
Mulheres mães e militantes (Foto: Divulgação/ Damiana Costa/Islânia Lima/Maria Antonieta)
Manaus (AM) – A mulher tem no seu histórico social o exercício de múltiplas funções para, com isso, se reafirmar na sociedade. Apesar da importância em ocupar os espaços, principalmente os de poder, muitos desses papéis são impostos a ela, inclusive, o de mãe. E com as professoras Damiana Costa, de 47 anos, Maria Antonieta, de 55 anos, e a jornalista Islânia Lima, de 41 anos, não é diferente.
Como mães, elas contaram ao Portal AM1 sobre suas mobilizações particulares, dificuldades no campo profissional, atuações políticas e a maternidade.
Defesa da valorização dos jornalistas
A jornalista Islânia Lima, por exemplo, diz que precisa se ‘desdobrar em mil para dar conta de casa, filhos, trabalho e estudos’. Nos últimos anos, ela tenta mobilizar outros jornalistas, em Manaus, pela valorização da profissão. Atualmente, os profissionais travam uma batalha pela exigência do diploma de Jornalismo, suspenso desde 2009.
Lima declara que sua maior dificuldade é tentar convencer seus colegas de profissão abraçar a causa e tem travado uma batalha “solitária” para que a sua categoria se una. Islânia também comenta como aplica sua experiência ativista na vida dos filhos.
“Acho que envolver meus filhos nas causas que defendo, explicando a eles e mostrando o que faço, é incentivar para que, no futuro, sejam pessoas disciplinadas, com um olhar humanizado para sociedade e para o bem coletivo. Lute como uma jornalista e incentive seus filhos a lutar também”, defende.

Islânia Lima é uma das coordenadoras regionais da luta pela PEC do Diploma (Foto: acervo pessoal)
A jornalista destaca que seu maior incentivo vem de berço, pois resolveu seguir os passos da mãe, Francisca Queiroz, de 66 anos, que também é militante e luta pelos direitos dos alunos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
“Ela é a tia da trufa do Amazonas, como é curiosamente conhecida. Nessa batalha, tenho ela como espelho. Observando as lutas que ela tem com os estudantes, nasceu em mim a vontade de fazer o mesmo”, concluiu a profissional.

Francisca Queiroz, mãe de Islânia (Foto: Acervo pessoal)
Defesa da educação inclusiva
A professora Damiana Costa conta que, por influência da mãe, sempre esteve envolvida em movimentos sociais, principalmente, nos ligados à Igreja Católica. Ela diz que sempre atuou como liderança na sua comunidade, que fica em uma área de invasão na zona Leste de Manaus.
Damiana defende bandeiras voltadas para políticas públicas e valorização da educação especial. A educadora, que é mãe solo, explica como tentou relacionar, ao longo dos anos, as pautas da sua militância com a educação dos cinco filhos, atualmente, adultos.
“A minha bandeira de luta são políticas públicas e educação. Eu digo sempre que a educação transforma. Eu sou pai e mãe. Eu sempre tentei ser exemplo para os meus filhos, para que eles pudessem crescer sabendo que é preciso lutar, que não podemos ficar calados diante das situações que vivenciamos, das injustiças. E também para que eles se tornassem fortes para caminhar, até porque eu sempre parti do princípio de que, hoje, estou; amanhã não estarei. Eu queria ter certeza de que eles poderiam caminhar sozinhos”, destaca Damiana.
Damiana acrescenta sobre a falta de valorização profissional e como isso afetou sua relação com os filhos. “Se fôssemos bem remunerados, eu não precisaria trabalhar em três horários para sustentar meus filhos, então eu procurei trabalhar na comunidade, também, para beneficiar meus filhos”, analisa ela.

Professora Damiana Costa atua em atuação comunitária (Foto: Acervo pessoal)
Defesa da liberdade de expressão
A professora Maria Antonieta relata que a maior dificuldade em atuar numa causa é ‘expor um posicionamento’. De acordo com ela, ‘de certo tempo pra cá, as coisas melhoraram’ para uma mulher que se posiciona politicamente na sociedade, mas ‘não foi sempre assim’.
“Quando você levanta bandeira, atrai para si olhares de pessoas que estão gostando do que você está fazendo, mas também atrai de pessoas que têm verdadeira antipatia pelo que você faz, pela bandeira que você levanta”, expõe a militante.
Maria Antonieta salienta que, como mãe, quer fazer de sua atuação política um meio de empoderamento para as duas filhas. Para que elas ‘possam lutar por espaços em todos os setores de suas vidas’. No entanto, a professora reconhece que essa não é uma tarefa garantida. “Elas vão ter essa dificuldade, como eu tive”, finaliza.

Na imagem, está Maria Antonieta em movimento grevista (Foto: Acervo pessoal)
Dificuldades na maternidade
Segundo levantamento do ‘Fundo Brasil’, a sociedade ainda impõe majoritariamente às mulheres o papel de cuidadoras, entre esses papéis, o de mãe. Entretanto, essa mesma sociedade impõe condições que tornam a maternidade um processo difícil.
Nesse processo, ainda segundo o estudo, as mulheres que são mães enfrentam cinco principais problemas sociais: acesso ao trabalho formal, maternidade e a saída do mercado de trabalho, insegurança alimentar, mães solo e o acesso à educação sexual e contraceptivos.
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