
(Foto: Arquivo de Família)
Manaus (AM) – A morte de Amaral Eufrásio de Oliveira Neto, servidor público da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc-AM), foi o primeiro caso fatal de leptospirose registrado na capital amazonense neste ano. Em 2024, o estado registrou 45 casos da doença e sete mortes.
Amaral pode ter sido contaminado após um alagamento atingir sua casa e quintal, no bairro Colônia Terra Nova, no dia 19 de março. Imagens gravadas no dia mostram o servidor dentro da água, tentando salvar galinhas presas na enchente.
Nos dias seguintes, ele apresentou sintomas semelhantes aos de uma virose e procurou atendimento em um hospital particular no dia 28 de março.
Segundo seu pai, Francisco das Chagas Oliveira, o médico receitou apenas dipirona e não solicitou exames detalhados.
“Ele contou todas as dores para o médico, mas não foi feita nem uma tomografia”, relatou.
Seu estado de saúde piorou, e a família acionou o Samu no dia seguinte. Ele foi levado ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, onde exames confirmaram leptospirose e apontaram danos ao pulmão e fígado.
“O pulmão dele estava com hemorragia. Ele ficou verde e amarelo duas vezes”, afirmou o pai.
Um médico do hospital informou à família que Amaral poderia ter sobrevivido com um diagnóstico mais rápido.
“Se tivesse chegado mais cedo, ele teria escapado, porque essa doença tem um remédio certo”, explicou.
O corpo de Amaral foi sepultado na tarde de quarta-feira (2) no Cemitério Parque de Manaus, conhecido como “Cemitério Parque Tarumã”, situado na avenida do Turismo.
Hospital particular se manifesta
O hospital particular que atendeu Amaral inicialmente negou negligência e afirmou, em nota, que o atendimento seguiu protocolos médicos conforme a condição clínica do paciente.
A instituição também reforçou que monitora doenças infecciosas e se colocou à disposição da família para esclarecimentos.
Casos de leptospirose no Amazonas
A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM) informou que 15 casos de leptospirose foram confirmados no estado em 2025, com uma morte registrada.
A doença é comum durante chuvas e enchentes, e os sintomas podem surgir entre cinco e 14 dias após o contato com água contaminada.
A FVS-AM alerta que, ao apresentar sintomas da leptospirose, como febre, dor muscular e calafrios, a pessoa deve buscar atendimento médico imediato para evitar complicações.
Em 2024, o Amazonas registrou 45 casos da doença e sete mortes. Em todo o país, foram 3792 diagnósticos da doença. Nos últimos 24 anos, o Amazonas registrou 1.399 casos da doença, com 125 mortes.
Os dados são do Ministério da Saúde (MS) e correspondem ao período do ano de 2000 até 2024.
Clique aqui e acesse o painel de monitoramento do MS.
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