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Esportes

Lesões em ano de Copa assombram jogadores e torcida

Veja o histórico de cortes na Seleção antes de Copas do Mundo

Lesões em ano de Copa assombram jogadores e torcida

Foto reprodução Agência Brasil

Estamos em ano de Copa do Mundo. Desta vez, porém, o torneio mais aguardado do mundo do futebol vai demorar um pouco pra começar. Devido às altas temperaturas no meio do ano no Catar, país-sede do evento em 2022, a Copa terá início no final de novembro. Mas isso não afasta o medo de um dos grandes fantasmas que assombram jogadores e torcida: as lesões.

Em toda Copa do Mundo a história se repete: grandes nomes do futebol mundial desfalcam suas seleções por lesões ocorridas às vésperas do torneio. E ninguém está a salvo. O espanhol Di Stefano, o holandês Marco Van Basten e o francês Franck Ribéry são alguns dos grandes nomes do futebol mundial em suas épocas que perderam a chance de defender seu país em uma Copa por lesões.

Lesões na coxa são mais comuns

O Brasil também sofre frequentemente com o problema. Jogadores como Romário, Daniel Alves e Careca se machucaram às vésperas de uma Copa e foram cortados. As lesões mais comuns sofridas por jogadores de futebol são na coxa, mais precisamente no músculo posterior. As lesões costumam ocorrer na hora de desaceleração da corrida. A musculatura anterior da coxa também é outra que sofre muitas lesões.

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“Os anteriores de coxa, ou quadríceps, são mais lesionados durante o chute ou na fase de aceleração para a corrida. Também são frequentemente lesionados em atletas de futebol, mas em menor proporção [em comparação com os músculos posteriores]”, explica Bruno de Melo e Silva, especialista em fisioterapia esportiva e fisioterapeuta da seleção dos Emirados Árabes Unidos.

Joelho é o maior vilão

A lesão mais grave normalmente verificada no futebol é no joelho, mais precisamente no ligamento cruzado anterior (LCA). “A lesão do ligamento cruzado anterior é a mais grave, por deixar o atleta muito tempo em inatividade. Normalmente precisa de cirurgia e o tempo de retorno gira em torno de nove a 12 meses”, afirma Bruno.

Foi justamente uma lesão no LCA que tirou o lateral-direito Daniel Alves da Copa de 2018, na Rússia. Lesões no joelho também impediram o lateral-direito Leandro a jogar a Copa de 1986, no México, e tirou o meia Edmílson da Copa de 2006, na Alemanha.

O retorno de um atleta à prática do esporte vai além da cura de uma lesão. O tempo parado provoca perda de condicionamento físico e o período para essa recuperação também deve ser considerado em uma preparação de volta aos gramados. Bruno Melo e Silva destaca ainda a parte psicológica, já que muitas vezes o atleta fica com medo de sofrer uma nova lesão e isso dificulta seu retorno.

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“Durante o período de reabilitação o fisioterapeuta deve trabalhar a parte muscular, músculos não envolvidos na lesão, e a parte cardiorrespiratória, para tentar manter o mínimo de condicionamento físico do atleta. Para o retorno ao esporte, em alto rendimento, o atleta que teve uma lesão muscular pode levar em torno de uma a duas semanas para alcançar o seu pico de condicionamento novamente”.

Calendário de 2022 como aliado

Geralmente as Copas do Mundo ocorrem no meio do ano, com os jogadores vindo de uma temporada inteira disputada na Europa. Ao contrário do calendário do futebol brasileiro, os principais torneios da temporada europeia começam em agosto e terminam em maio do ano seguinte. Com isso, vários jogadores, inclusive os da Seleção Brasileira, cuja maioria atua em times da Europa, chegam à Copa fisicamente desgastados após vários meses ininterruptos de jogos e treinos.

Mas o Mundial de 2022 traz um cenário incomum. Com seu início previsto para 21 de novembro, a temporada europeia será interrompida na metade. Para o fisioterapeuta da seleção dos Emirados Árabes, isso pode ser um fator positivo na prevenção de lesões. “Teoricamente, a tendência é de que os jogadores cheguem mais inteiros para essa Copa. Mas não podemos afirmar, porque essa é a primeira vez que isso acontece”.

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Seleção Brasileira

A considerar as últimas convocações da Seleção, tudo indica que o técnico Tite tem a maioria dos nomes já definidos. Nessa lista, alguns jogadores têm histórico de lesões, mas poucos atletas apresentaram problemas físicos nos últimos meses. E quase todos estão em plena atividade.

A exceção é Antony, mas ele pode se beneficiar do calendário da Copa do Catar. O atacante do Ajax está se recuperando de lesão no tornozelo sofrida no último jogo da Seleção, pelas eliminatórias da Copa, contra a Bolívia. A expectativa é de uma recuperação até maio.

Histórico recente do camisa 10

O ano de 2021 de Neymar não foi dos melhores. Uma lesão no tornozelo após entrada violenta de um adversário, ainda em dezembro de 2020, o tirou dos gramados por quase um mês. Após seu retorno, sofreu nova lesão. Dessa vez, na coxa, após outra entrada de um adversário. Dores na coxa também afetaram o atacante brasileiro em outubro e novembro do ano passado. Por fim, uma lesão nos ligamentos do tornozelo sofrida no final de novembro deixou Neymar cerca de dois meses parado (foto de destaque).

O principal nome da Seleção não costuma ter sorte em anos de Copa. Em 2018, sofreu uma fissura em um osso do pé direito e quase não se recuperou a tempo de jogar a Copa. No Mundial anterior, no Brasil, Neymar sofreu uma joelhada nas costas na partida contra a Colômbia, nas quartas-de-final. A pancada fraturou uma vértebra da lombar do atacante e o tirou do restante da Copa.

O lateral direito Danilo, da Juventus (Itália), sofreu com muitas lesões durante a Copa de 2018. Agora, ele vem de uma lesão na coxa, sofrida em novembro do ano passado e retornou após dois meses parado. Já o meia Philippe Coutinho, que retornou às convocações após muito tempo longe da Seleção, sofreu uma lesão grave no joelho no final de 2020, quando ainda jogava pelo Barcelona, e ficou cerca de sete meses parado.

(*) Com informações da Agência Brasil