Manaus, 23 de abril de 2024
×
Manaus, 23 de abril de 2024

Brasil

Mãe de Leandro Lo diz que PM que matou seu filho provocou a confusão, também era do jiu-jítsu e o conhecia

O corpo do atleta foi velado na manhã desta segunda

Mãe de Leandro Lo diz que PM que matou seu filho provocou a confusão, também era do jiu-jítsu e o conhecia

Foto: Redes sociais/Instagram

Fátima Lo, mãe de Leandro Lo Pereira do Nascimento, disse nesta segunda-feira (8) que o policial militar que matou seu filho também era praticante de jiu-jítsu, e conhecia o atleta. Ela disse também que o policial provocou a confusão durante um show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, nesse final de semana.

Leia mais: Leandro Lo, multicampeão mundial de jiu-jítsu, é assassinado com tiro na cabeça

“Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele. E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra [sic] isso, só que a gente não sabe o porquê.”

“Porque não tem explicação, a forma estúpida que aconteceu. Porque ele provocou uma confusão, gente, justamente para o Leandro reagir e, nessa, ele tirou a vida do meu filho!”, disse Fátima em entrevista à TV Globo.

A declaração de Fátima Lo foi durante o velório de Leandro, na frente do Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital. Leandro Lo morreu neste domingo (7) após ser baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo durante apresentação do grupo Pixote.

Henrique estava de folga e sem farda no dia da briga. Ele se apresentou ainda no domingo à Corregedoria da PM, onde foi preso. A Polícia Civil, que investiga o caso, pediu a prisão do policial militar. Por determinação da Justiça, o tenente foi preso temporariamente por 30 dias. Ele está detido no presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do PM para comentar o assunto até a última atualização desta matéria.

Mais cedo, a mãe de Leandro postou uma homenagem ao filho nas redes sociais.

“Meu herói, lindo da mãe! Você foi um presente de Deus na minha vida. Vou sentir tanta sua falta, tá faltando um pedaço de mim. Te amo eternamente filho amado. Guardarei as lembranças boas que foram muitas. Vc fazia eu me sentir a mãe mais amada do mundo. Muito obrigada pelo seu amor , seu cuidado. Te amo muito, saudade eterna”, escreveu Fátima Lo.

O corpo de Leandro Lo foi velado na manhã desta segunda (8), no Cemitério do Morumby, na Zona Sul de São Paulo.

O tenente da Polícia Militar (PM), Henrique Otávio Oliveira Velozo, era procurado após fugir da cena do crime, segundo testemunhas. Porém, ele se apresentou na Corregedoria da PM no final da tarde do domingo (7).

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou que o policial se apresentou à Corregedoria e que será levado para prestar depoimento no 17º DP, responsável pela investigação.

“Em seguida, será encaminhado ao Presídio Romão Gomes, permanecendo à disposição da Justiça”, diz a secretaria em nota.

O PM teria sido a pessoa que atirou na cabeça de Leandro Lo durante uma discussão em casa de show no bairro de Indianópolis, Zona Sul da capital paulista, na noite de sábado (6).

Segundo o advogado do lutador, Leandro teve morte cerebral confirmada. Oficialmente, a Secretaria de Saúde não confirma a informação a pedido da família.

No documento enviado à Justiça, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo define o policial militar como “autor do homicídio”.

De acordo com o advogado da família de Lo, Ivan Siqueira Junior, o lutador teve uma discussão com o PM. Para acalmar a situação, Lo imobilizou o homem que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador.

O advogado conta que, após o tiro, o agressor ainda deu dois chutes em Leandro no chão e fugiu em seguida. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto em função do show.

Um amigo do lutador que presenciou o crime disse que o autor do tiro estava sozinho e provocou Lo e cinco amigos, que estavam numa mesa.

“Ele chegou, pegou uma garrafa de bebida da nossa mesa. O Lo apenas o imobilizou para acalmar. Ele deu quatro ou cinco passos e atirou”, disse a testemunha, que pede para não ser identificada.

O atleta foi socorrido e levado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, também na Zona Sul de SP.

Foto: Rede social/Instagram

Lo foi campeão mundial de jiu-jítsu em cinco categorias diferentes. Ele conquistou cinco Copas do Mundo da modalidade e ainda ganhou oito Pan-americanos do esporte.

(*) Com informações do G1