Manaus, 3 de julho de 2025
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Manaus, 3 de julho de 2025

Cidades

Mais de 140 obras de saúde estão paralisadas no Amazonas, aponta TCU

Dados do painel de obras do Tribunal de Contas da União (TCU), analisados pelo Portal AM1, revelam que o município de Coari lidera o ranking de obras paralisadas na saúde.

Mais de 140 obras de saúde estão paralisadas no Amazonas, aponta TCU

(Foto: Reprodução/Sismob)

Manaus (AM) – O Amazonas contabiliza 142 obras na área da saúde paralisadas, representando parte dos 452 projetos interrompidos em todo o estado, abrangendo setores como educação, infraestrutura, entre outros. O investimento total no setor é de R$ 62,5 milhões, mas apenas R$ 33,5 milhões foram efetivamente pagos pelos recursos federais.

Dados do painel de obras do Tribunal de Contas da União (TCU), analisados pelo Portal AM1, revelam que o município de Coari, com 70.616 habitantes, lidera o ranking de obras paralisadas na saúde. É importante ressaltar que a última atualização do painel foi realizada em agosto de 2024, o que significa que as informações podem variar conforme novas atualizações sejam inseridas.

Na cidade, 13 projetos estão interrompidos: 10 Unidades Básicas de Saúde (UBS), uma Academia de Saúde denominada Desembargador João Meirelles, uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e ampliação de unidade de atenção especializada em saúde. Todas as obras, conforme o painel do TCU, têm como repassador o Ministério da Saúde (MS).

Obras inacabadas

Um exemplo é a UBS do Alto Solimões, cujo investimento previsto era de R$ 408 mil. O Sistema de Monitoramento de Obras Fundo a Fundo (Sismob) aponta a obra como “cancelada”, e imagens da vistoria mostram apenas um terreno tomado por mato, sem qualquer sinal de construção. Segundo o painel, a obra começou em 24 de maio, com o pagamento de uma parcela de R$ 81 mil. A conclusão estava prevista para 2014, mas, quase uma década depois, a UBS não foi entregue aos moradores de Coari.

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(Foto: Reprodução/Sismob)

A situação da UBS do bairro Ciganópolis é semelhante. Localizada no mesmo município e com o mesmo investimento previsto, a entrega da unidade estava marcada para fevereiro de 2014. No entanto, o Sismob indica que a obra permanece cancelada sem justificativa registrada e nada foi construído até 2025.

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(Foto: Reprodução/Sismob)

Outro caso é a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Coari, cujo valor de investimento ultrapassava R$ 1,4 milhão. Assim como os outros projetos, o cancelamento não possui justificativa no Sismob. A obra foi cadastrada em 2010, mas, 15 anos depois, ainda não saiu do papel, apesar do pagamento de uma parcela de R$ 140 mil.

Além de Coari, o município de Itacoatiara também enfrenta dificuldades com a paralisação de obras. Segundo a última atualização do painel de dados do TCU, a cidade possui 5 projetos interrompidos, sendo 4 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e uma Academia de Saúde. Entre as UBS, as unidades Paulo Gomes da Silva e Manoel Eloi Rondon estão avaliadas em R$ 71 mil cada.

Ambas fazem parte de um projeto de ampliação, procurando melhorar o atendimento à população local. A UBS Paulo Gomes da Silva foi cadastrada em 2013 e, antes da paralisação, já estava 90% concluída. A UBS Manoel Eloi Rondon foi registrada em 2016. Os motivos para a suspensão das obras não foram esclarecidos no sistema.

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À esquerda, a UBS Paulo Gomes da Silva e à direita, a UBS Manoel Eloi Rondon (Foto: Reprodução/Sismob)

No município de Manacapuru, segundo mais populoso do Amazonas, com 101.883 habitantes, cinco obras no setor da saúde estão paralisadas. Uma delas é a UBS Orlando Martha, que recebeu um investimento de meio milhão de reais, proveniente de emenda, todavia, até o momento, apenas R$ 102 mil foram efetivamente pagos.

A obra de Porte II – registrada no Sismob – aparece como cancelada, sem justificativa para a suspensão. A conclusão estava prevista para setembro de 2017. Já se passaram sete aniversários do município de Manacapuru e, até a data de publicação desta matéria, a obra não foi entregue à população, conforme apontado pelo sistema.

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UBS Orlando Martha (Foto: Reprodução/Sismob)

Atuação do Governo

Conforme o governo federal, os gestores estaduais e municipais têm até 17 de janeiro de 2025 para regularizar e assinar o Termo de Repactuação para Retomada de Obras na Saúde (TRR). A prorrogação do prazo visa garantir a retomada das obras em todo o país. Até agora, 153 das 203 obras que aderiram à repactuação já têm o TRR assinado, estando aptas a realizar licitações e a receber recursos federais.

No Amazonas, os municípios de Eirunepé e Itacoatiara ainda precisam regularizar seus cadastros para aderirem à retomada de obras.

O Ministério da Saúde anunciou que, no Amazonas, os municípios de Nova Olinda do Norte e Santa Isabel do Rio Negro receberão uma Unidade Básica de Saúde (UBS) cada, enquanto Urucurituba será contemplado com um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O investimento total previsto para os projetos é de R$ 5,7 milhões.

 

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