Manaus, 19 de abril de 2024
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Cidades

Arthur teme genocídio indígena e cobra ação eficiente de Bolsonaro

Prefeito atacou a falta de compromisso do presidente Jair Bolsonaro em salvar as vidas dos indígenas e de minimizar a pandemia

Arthur teme genocídio indígena e cobra ação eficiente de Bolsonaro

Foto: Reprodução/ Instagram

Em vídeo publicado na noite dessa quinta-feira, 21, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, cobrou do governo federal medidas efetivas para conter o avanço do novo coronavírus no interior do Amazonas e principalmente nas aldeias indígenas.

No Amazonas, já foram registrados 324 casos da Covid-19 e 19 mortes em aldeias indígenas.

Arthur, que em alguns momentos do vídeo se emociona ao falar das mortes das vítimas causadas pela pandemia, teme que ocorra um genocídio em todas as etnias.

“Estamos vivendo uma situação difícil e deplorável no estado, eu vejo o interior largado, não tem hospitais […] se não tomarmos cuidado, iremos ter um genocídio nas aldeias indígenas”, alertou o prefeito de Manaus.

Virgílio atacou a falta de compromisso do presidente Jair Bolsonaro em salvar as vidas dos indígenas.

“Nós temos aqui um governo que não está preocupado com vida dos índios, o governo não valoriza essa cultura, pensa em outra coisa, mas não nos índios. Temos um presidente que estimula garimpo em terra indígena, é uma atividade que deveria ser banida no território do Brasil inteiro, ele pune o Ibama que expulsa esses garimpeiros. Eu vejo os índios indefesos”, comentou.

O Ministério da Saúde prometeu a construção de hospital de campanha para atender os indígenas, mas até o momento, nada foi feito, disse o prefeito.

Na noite de ontem, 21, foi aprovado na Câmara dos Deputados, vários projetos de lei que determinam a criação de Plano Emergencial aos povos indígenas e quilombolas durante a pandemia.

Para o prefeito de Manaus, a morte de um indígena é a perda de uma vida que carrega consigo uma história e conhecimento milenar.

“No Alto Rio Negro, há 27 etnias, com suas línguas maternas, assim como no Alto Solimões, e cada índio que morre leva consigo parte da história, que não é escrita, mas é passada de forma oral de geração a geração. São milênios de sabedorias. Se todos os índios morrerem, serão mais de dez mil anos de civilização indígena perdida na nossa região, seria algo imperdoável”, alertou.

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