Manaus, 29 de março de 2024
×
Manaus, 29 de março de 2024

Cidades

Médico que agrediu grávida já disputou eleição e responde por crimes

Armando, além de ser um velho conhecido de políticos do Amazonas, responde criminalmente por participar de uma quadrilha que cobrava dinheiro para fazer partos de pacientes grávidas em hospitais públicos de Manaus.

Médico que agrediu grávida já disputou eleição e responde por crimes

Foto: Montagem/Amazonas1

O médico Armando Andrade Araújo, que aparece em um vídeo agredindo uma mulher que não conseguia ter parto normal, em uma maternidade de Manaus, disputou as eleições de 2014 para o cargo de Deputado Federal no Amazonas e obteve 453 votos.

Foto: Montagem/Amazonas1

Armando Andrade que é natural de Aracajú (SE) é empresário e dono de clínica particular em Manaus. Com 453 votos, o medicou recebeu 0,03% dos votos válidos nas eleições e ocupou a 57º posição nas eleições de 2015.

Foto: Reprodução

O médico, além de ser um velho conhecido de políticos do Amazonas, responde criminalmente por participar de uma quadrilha que cobrava dinheiro para fazer partos de pacientes grávidas em hospitais públicos de Manaus.

O nome do médico aparece nas investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) na operação ‘Jaleco’, deflagrada em abril de 2015. Armando foi preso junto com outros dois médicos, Odilon de Oliveira Gomes, 71, Denis Almeida dos Santos, 50.

As investigações da PC apontam que os envolvidos cobravam entre R$ 1 mil e R$ 2,8 mil para fazer partos nas maternidades. Um dos envolvidos no esquema de vendas de cirurgias é suspeito ainda, de cometer abuso sexual contra pacientes grávidas.

Leia mais:

Médico agride gestante que não consegue ter parto normal; veja vídeo

Os suspeitos foram indiciados, na época, por formação de quadrilha e corrupção passiva e majorada no funcionalismo público. Armando Andrade é investigado por ofertar o valor para fazer os procedimentos cirúrgicos dentro da Maternidade Dona Lindu. Ao menos quatro vítimas foram identificadas e confirmaram os crimes.

As investigações da polícia contra a organização criminosa iniciaram após uma denúncia de uma paciente que foi à Maternidade Dona Lindu para ter bebê.

Foto: Reprodução/Vídeo

Responde

No Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), o médico responde corrupção passiva. O processo penal está na 1ª Vara Criminal da Capital, no Fórum Ministro Henoch Reis. O processo que tem base um inquérito policial, teve a última movimentação registrada no dia 8 de outubro de 2018.

Outros processos

O nome do médico aparece ainda em outros quatro processos, desses, um erro médico (3ª Vara da Fazenda Pública) e outro por suspeita de perigo a vida ou saúde de outros (10ª Vara Criminal).

Pedido

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que o fato divulgado no vídeo que circula nas redes sociais e na imprensa é de 2018, “ocorreu há nove meses na maternidade Balbina Mestrinho e que tomou conhecimento hoje por meio das redes sociais. Não há qualquer registro na maternidade ou na Ouvidoria à época de denúncia”, disse a Susam.

A Secretaria disse que os três médicos presos eram donos de clínicas particulares e também envolvidos na política: o “Dr. Denis” é ex-vereador de Manaus e ex-candidato a deputado estadual em 2014, e o “Dr. Armando” foi candidato a deputado federal em 2014.

“A Susam não está de acordo com o tipo de conduta praticada pelo médico. Por este motivo, o vice-governador e secretário de estado de Saúde, Carlos Almeida, irá solicitar à direção do Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Igoam), empresa ao qual o profissional é cooperado, o seu afastamento. E também reiterar pedido de providências ao Conselho Regional de Medicina (CRM). Já tramita na secretaria um processo administrativo para apurar outra denúncia de negligência contra o médico.”

Empresa

O Instituto de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Igoam) divulgou uma nota informando que o vídeo em que o médico parece agredido uma grávida é um caso isolado.

Na nota, o instituto afirma que o afastamento do médico foi decidido na quarta-feira, 20, ou seja, nove meses após a agressão da paciente.