Manaus, 18 de maio de 2024
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Marinha argentina confirma explosão em submarino desaparecido

Marinha argentina confirma explosão em submarino desaparecido

A Marinha da Argentina confirmou que pode ter havido uma explosão a bordo do submarino que desapareceu com 44 tripulantes.

A cena dos parentes chorando aconteceu logo depois da entrevista do porta-voz da Marinha argentina. Enrique Balbi tinha acabado de dizer as palavras que as famílias dos tripulantes do San Juan tinham medo de ouvir. Houve um evento único, curto, violento, consistente com uma explosão, no dia 15 de novembro, na região do último contato do San Juan.

O barulho foi captado por hidrofones, microfones que ficam no fundo do mar para acompanhar a movimentação de cardumes e a passagem de embarcações, e que transmitem o som via satélite.

Equipes de monitoramento na Áustria e nos Estados Unidos deram o alerta. O porta-voz só não disse desde quando a Marinha tinha a informação. A notícia abateu pais, filhos, irmãos e mulheres.

Jessica Gopar, mulher do cabo Fernando Santilli, diz que eles não voltaram e não voltarão. Ela lamenta não ter nem uma sepultura para levar flores.

O especialista comandante Jair Teixeira diz que só há um lugar onde pode ter havido uma explosão no San Juan. Na proa, a parte da frente da embarcação, onde ficam as 900 baterias.

“Se foi uma explosão, o que nós temos são só informações, isso aí foi por uma concentração alta de hidrogênio. Dentro do submarino, é assim que acontece uma explosão. Se não, seria incêndio. Explosão é por concentração alta de hidrogênio desprendido por bateria”, explicou o oficial submarinista da reserva.

O submarino gêmeo do San Juan fez a manutenção geral no arsenal de Marinha, no Rio de Janeiro, entre os anos de 1999 e 2001. O casco do Santa Cruz foi cortado em dois, como está acontecendo nesta quinta-feira (23) com o submarino brasileiro Tupi.

“As baterias do submarino foram substituídas por novas. Os motores diesel foram revisados  e uma série de outros equipamentos e sistemas também tiveram ou itens revisados ou substituídos”, explicou o diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, contra-almirante Liberal.

As buscas ao submarino San Juan prosseguem. Parentes dos tripulantes não perderam a esperança, mas muitos ficaram revoltados e acusam com o fato de a Marinha Argentina ter demorado a divulgar a notícia da explosão.

Itati Leguizamon, mulher do operador de sonar Germán Suárez, disse que a Marinha sabia de tudo bem antes e chamou os oficiais de perversos, que enganaram a todos.

Nesta quinta-feira, o mau tempo na costa argentina voltou a dificultar o resgate. A imprensa do país estima que quatro mil pessoas, de pelo menos 13 países, participam da operação.

 

Com informações do G1