Manaus, 3 de maio de 2024
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Cidades

Militares de alta patente recebiam propina para facilitar garimpo ilegal no AM

As ivestigações apontaram o envolvimento de militares de alta patente, que recebiam valores regulares dos garimpeiros.

Militares de alta patente recebiam propina para facilitar garimpo ilegal no AM

(Foto: PF/Divulgação)

Manaus (AM) – A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta terça-feira (27), três mandados de prisão preventiva e oito ordens judiciais de busca e apreensão expedidas pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da SJAM, nas cidades de Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR).

A operação Jurupari mobilizou 20 policiais federais e 10 militares do Exército Brasileiro com o objetivo de combater crimes de obtenção ilegal de bem público da União, extração de minério sem autorização, operação financeira ilegal, crime ambiental por uso de mercúrio, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Conforme nota divulgada pela PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, tal como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse.

Investigação

As investigações tiveram início em outubro de 2020, a partir da prisão em flagrante de duas pessoas na cidade de Ji-Paraná (RO), enquanto tentavam transportar 60 gramas de ouro, sem qualquer documentação que comprovasse a origem lícita, avaliado em R$ 18. A partir da apreensão dos aparelhos telefônicos em posse dos flagranteados, foram constatados indícios de extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá.

“Após a instauração de inquérito policial para apurar os fatos, confirmou-se quem seria responsável pela exploração ilegal de garimpo. Um indivíduo que utiliza sua esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro. Eles também utilizam várias empresas de metais, para realizar a atividade de ‘esquentamento’ do minério (lavagem de ativos)”, diz a nota.

As investigações também apontaram o envolvimento de militares de alta patente, que recebiam valores regulares, através da empresa de importação e exportação de minérios. Um militar supostamente repassaria informações privilegiadas e interferiria nas operações de combate aos garimpos ilegais. Sua esposa receberia valores em nome dos investigados. Os nomes dos investigados não foram divulgados.

“Os envolvidos exploram a dificuldade de fiscalização ambiental na região de Japurá/AM para cometer crimes contra o meio ambiente. Isso inclui a Estação Ecológica Juami-Japurá, que tem sido alvo de devastação, afetando o ecossistema amazônico.”

Não foi encontrada autorização para a atividade de garimpo no local de extração de ouro, conforme verificado por meio de consultas à Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e análise telemática dos envolvidos.

A PF informou que fará uma coletiva de imprensa, ainda nesta terça, para detalhar o resultado das apreensões e prisões no âmbito da operação Jurupari.

(*) Com informações da assessoria

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