Taxação de 10% dos EUA pode impulsionar indústria de motocicletas no Amazonas, afirma secretário

Motocicletas de Manaus podem ganhar espaço no mercado dos EUA, projeta secretário (Foto: Bruno Leão/Sedecti)

Manaus (AM) – O secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Correa, afirmou em entrevista a um veículo de comunicação local que a taxação imposta pelo governo norte-americano de Donald Trump pode gerar benefícios, especialmente para o setor de motocicletas no Amazonas.

Em entrevista à Rede Amazônica, Serafim Correa explicou que a taxação aplicada aos produtos do Brasil foi de 10%, enquanto a da Ásia alcançou 34%. Essa diferença de 24 pontos percentuais pode favorecer o modelo econômico de Manaus, com vendas partindo da capital amazonense em vez da Ásia, o que pode ainda atrair novas plantas industriais para a região.

“Como o Brasil foi taxado em 10% e a Ásia em 34%, temos uma diferença de 24 pontos percentuais. Há empresas asiáticas que estão aqui e que já negociam com os Estados Unidos. Por isso, será muito mais fácil para elas vender a partir de Manaus do que a partir da própria Ásia. Com isso, essa é uma vantagem que nós teremos. Além disso, elas podem deslocar outras plantas para cá e, daqui, vender para os Estados Unidos, superando, assim, a barreira estabelecida pelo governo americano”, afirmou o secretário.

Serafim Correa destacou que o setor de motocicletas deve ser o principal beneficiado com essa diferença tarifária. No entanto, ele também alertou que a balança comercial entre Manaus e os Estados Unidos segue desequilibrada, já que o volume de importações ainda supera significativamente o de exportações. Em 2024, segundo ele, as importações somaram US$ 1,5 bilhão, enquanto as exportações alcançaram apenas US$ 100 milhões.

“Principalmente motocicletas. Agora, é bom dizer que, na nossa corrente de comércio com os Estados Unidos, nós, em 2024, importamos cerca de 1 bilhão e 500 milhões de dólares e só exportamos 100 milhões”, pontuou.

O secretário também criticou a medida tarifária adotada por Donald Trump. “Se fôssemos um país, seríamos altamente deficitários, e nada justifica essa tarifa de 10% do governo Trump”, avaliou Serafim Correa.

Ele finalizou defendendo a postura adotada pelo Brasil diante do impasse. “Obviamente, o Brasil adotou a linha da maturidade, do equilíbrio, da serenidade – muito na linha do ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin — que segue a abordagem da negociação, do entendimento, da conversa e do diálogo”, completou.

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