Manaus (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) abriu um inquérito para apurar o caso envolvendo uma advogada de 27 anos, identificada como Suiane Vitória da Silva Doce, e seu marido, Janderson de Medeiros da Silva, de 32, abordados pela Polícia Militar do Amazonas (PMAM) com aproximadamente 10 quilos de cocaína.
A ação ocorreu na noite da última quinta-feira (21), na comunidade Celebridade, bairro Colônia Terra Nova, zona Norte de Manaus.
Conforme a PMAM, o casal teria tentado fugir, mas foi capturado. Além do material ilícito, o veículo e dois celulares foram apreendidos e levados ao 6° Distrito Integrado de Polícia (DIP). Ainda segundo a polícia, o marido da advogada já possui antecedentes criminais pelo delito de associação para o tráfico de drogas.
Em documentos oficiais, o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, da Promotoria Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap), apontou uma possível discrepância no tratamento dado à advogada e ao marido durante o procedimento policial, isso porque a advogada foi liberada, enquanto seu companheiro estaria custodiado.
“A par dessas questões, como bem encaminhou o Ministério Público e o Juízo da Audiência de Custódia, há clara discrepância de tratamento sem sequer haver pressuposto óbvio para tanto quanto às pessoas apresentadas pelo condutor durante a referida situação de flagrância”, diz o documento.
O promotor também confirmou a abertura de outro procedimento para investigar eventuais omissões ou irregularidades na condução do caso.
“É preciso fundamentar esse ato para que juiz, promotor e defesa possam avaliá-lo. Outro procedimento foi aberto para investigar possíveis crimes ou omissões relacionadas à lavratura do flagrante envolvendo essas pessoas”, afirmou Gurgel.
Em contrapartida, o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM) manifestou apoio à advogada. Por meio de comunicado, a OAB-AM repudiou notícias que considerou inverídicas e esclareceu que não houve prisão em flagrante, indicando que a advogada foi ouvida como testemunha e liberada em seguida.
Confira a nota da OAB-AM na íntegra:
O Conselho Seccional da OAB-AM manifesta repúdio à divulgação de informações inverídicas associando a advogada Suiane Vitória da Silva Doce a uma suposta prisão por tráfico de drogas.
Esclarecemos que não houve prisão em flagrante, que a advogada foi ouvida como testemunha e posteriormente liberada, estando em liberdade e colaborando com as autoridades.
O Conselho Seccional da OAB/AM reafirma seu compromisso com a defesa das prerrogativas da advocacia e permanece vigilante contra qualquer atentado à liberdade do exercício da profissão.
Confira a nota da Polícia Civil – AM:
A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informa que será instaurado um processo administrativo interno para apurar as circunstâncias do caso. O delegado responsável pelo procedimento durante o plantão será questionado para esclarecer as circunstâncias que levaram a tal convencimento, e todas as medidas cabíveis serão adotadas.
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