Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Brasil

Mulheres aplicam silicone com produtos usados em aviões e navios

A esteticista Amanda Juliana Fernandes França, de 41 anos, e a dona do salão, Dayse Viviane Martins Lopes, de 34 anos, foram presas em flagrante

Mulheres aplicam silicone com produtos usados em aviões e navios

No município de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, a Polícia Civil prendeu as “Filhas do Bumbum”, como se autodenominavam uma esteticista e a proprietária de um salão de beleza. As duas são suspeitas de aplicar silicone industrial – produto usado em manutenção de avião e navio – em procedimentos de aumento de glúteos. As informações são do G1.

A esteticista Amanda Juliana Fernandes França, de 41 anos, e a dona do salão, Dayse Viviane Martins Lopes, de 34 anos, foram presas em flagrante, no último dia 6 de dezembro, fazendo um procedimento.

O delegado Rodrigo Bustamante informou nesta sexta-feira, 20, que várias vítimas procuraram a Polícia Civil com lesões na pele causadas, em tese, pelo uso do hidrogel, substância que também é proibida desde 2014 para uso estético. As duas suspeitas diziam para as vítimas que os procedimentos eram feitos com o hidrogel, mas, na verdade, era usado o silicone industrial.

“O silicone industrial é um produto usado para vedar vidros e limpar peças de aviões e navios, o que pode até causar embolia pulmonar“, explicou Bustamante. Ele contou, ainda, que Amanda, a cada 20 dias, saía do Rio de Janeiro para fazer as aplicações.

Os agendamentos, de acordo com a polícia, eram feitos por meio de um grupo em uma rede social, também chamado “Filhas do Bumbum”.

Buracos

O delegado Luciano Guimarães, chefe da Delegacia Regional de Contagem, explicou que as clientes eram colocadas de bruços e que a esteticista fazia uma espécie de torniquete nas coxas, aplicava a anestesia, furava as nádegas e depois introduzia o silicone industrial. A abertura era “fechada” com cola de secagem rápida. Além de anestesia local, Amanda “prescrevia” antibióticos.

Como o organismo pode rejeitar o produto, as clientes ficavam com “buracos” nas nádegas. Pela primeira aplicação elas pagavam R$ 4 mil e pelo retoque, R$ 1 mil.

O delegado falou que as vítimas estão desesperadas porque contraíram infecção e, para retirar o silicone industrial do organismo, teria que pagar R$ 28 mil a um cirurgião plástico.

A esteticista pode responder por exercício ilegal da profissão, estelionato e manuseio de produtos sem autorização. Se condenada, ela pode pegar de 10 a 15 anos de cadeia.

 

(*) Com informações do site Metrópoles