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Quase um mês após explosão em Beirute, Líbano escolhe novo primeiro-ministro

Embaixador na Alemanha, Mustapha Adib será o terceiro nome a ocupar cargo de primeiro-ministro em menos de um ano

Quase um mês após explosão em Beirute, Líbano escolhe novo primeiro-ministro

Foto: Reprodução

O presidente do Líbano, Michel Aoun, nomeou nesta segunda-feira (31), o embaixador Mustapha Adib como o novo primeiro-ministro do país depois de sua indicação ter sido aprovada pela maioria dos parlamentares libaneses.

Adib era o chefe do posto diplomático do governo de Beirute na Alemanha. Agora, deve assumir o novo cargo com a missão de reconstruir as estruturas de poder no Líbano, após a crise política prévia que se agravou com a explosão catastrófica que destruiu mais da metade da capital libanesa no início de agosto.

Além de ao menos 190 mortos, 6.000 feridos e danos bilionários, a tragédia desencadeou uma onda de protestos e acusações contra o governo do Líbano, mergulhado em uma crise econômica profunda e em um cenário político instável.

Em um discurso no palácio presidencial logo após a nomeação, o novo premiê falou sobre formar um novo governo em tempo recorde -no passado, o processo costumava demorar meses- e pediu reformas imediatas como um passo para garantir um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Dezenas de países anunciaram doações e envio de assistência médica e humanitária ao Líbano. Em contrapartida, os doadores pedem que o país realize reformas há muito adiadas para acabar com a corrupção e o desperdício do Estado.

“A oportunidade para nosso país é pequena e a missão que aceitei é baseada no reconhecimento de todas as forças políticas”, disse Adib.

O novo premiê é o terceiro nome a assumir o cargo em menos de um ano. Em outubro de 2019, Saad Hariri renunciou à posição dizendo ter chegado a um “beco sem saída” depois de um levante que ficou conhecido como “revolução do WhatsApp”.

Seu sucessor, Hassan Diab ficou cerca de sete meses no cargo. Ele assumiu o governo em janeiro e anunciou sua renúncia seis dias após a explosão na zona portuária de Beirute, cujas circunstâncias ainda não estão totalmente claras.

Ela teria sido causada por um incêndio que afetou um enorme depósito que armazenava 2.750 toneladas de nitrato de amônio, um composto químico usado para a produção de fertilizantes e de explosivos.

O governo prometeu responsabilizar os culpados, mas poucos cidadãos estão convictos de que isso acontecerá. Os primeiros relatórios da investigação apontam negligência dos líderes libaneses, e indicam que Aoun e Diab foram alertados sobre o risco de explosão em julho.

Informações preliminares indicam que o material estava no porto havia cerca de seis anos, trazido por um navio que fez uma parada em Beirute e acabou retido devido às más condições de manutenção.

A embarcação foi então abandonada pelos donos e pela tripulação, e o governo recolheu a carga para um depósito. Após a explosão, o governo ordenou a prisão domiciliar de ao menos 16 autoridades do porto.

 

(*) Com informações da Folhapress