Manaus, 26 de abril de 2024
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Myanmar registra dia mais violento desde o golpe em fevereiro

Segundo a ONU, a polícia matou 38 pessoas nas manifestações de quarta (3)

Myanmar registra dia mais violento desde o golpe em fevereiro

Foto: divulgação / AP

Manifestantes voltaram às ruas em diversas cidades de Myanmar nesta quinta (4), após o dia mais violento desde o golpe militar.

Os protestos foram reprimidos pela polícia com armas de fogo e gás lacrimogêneo. Segundo a ONU, a polícia matou 38 pessoas nas manifestações de quarta (3).

Michelle Bachelet, chefe de direitos humanos da ONU, exigiu que as forças de segurança interrompam aquilo que ela chamou de “repressão cruel contra manifestantes pacíficos”. Ela disse que mais de 1.700 pessoas foram presas, incluindo 29 jornalistas.

O investigador de direitos humanos da ONU em Myanmar, Thomas Andrews, urgiu que o Conselho de Segurança –que se reúne nesta sexta (5) para discutir a situação– imponha um embargo global de armas e sanções econômicas contra a junta militar que está no comando do país.

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Em relatório, Andrews fala que outras nações devem impor sanções à Myanmar Oil and Gas Enterprise, que está sob controle dos militares e é a maior fonte de renda do país.

Segundo a agência de notícias Reuters, os militares no comando tentaram movimentar cerca de US$ 1 bilhão, quantia guardada no Federal Reserve (Banco Central dos EUA) em Nova York.

A tentativa ocorreu dias após o golpe de 1º de fevereiro. No entanto, segundo três fontes familiarizadas com o assunto, oficiais do governo dos Estados Unidos congelaram o fundo por tempo indeterminado.

Separadamente, o departamento de comércio do governo americano estabeleceu barreiras comerciais para o ministérios do governo de Myanmar, entre os quais o de Defesa. As barreiras estarão levantadas até segunda (8).

Ned Price, porta-voz do departamento de Estado dos EUA, afirmou que Washington tomará mais ações em resposta ao aumento da violência após o golpe que prendeu a então líder Aung San Suu Kyi, 75.

Em Myanmar, ativistas recusam aceitar o comando militar e a promessa de novas eleições. Eles pedem a liberação de Suu Kyi e o reconhecimento de que ela venceu as eleições.

“Nós sabemos que podemos sempre levar um tiro e morrer, mas não há sentido em permanecer vivo sob a junta”, afirmou a ativista Maung Saungkha.

(*) Com informações da Folhapress