Manaus, 3 de julho de 2025
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Cenário

Na CMM, Amazonas Energia diz que não tem culpa pelos apagões em Manaus

Mesmo com cobranças do vereadores, a concessionária disse que os apagões ocorrem por fatores externos.

Na CMM, Amazonas Energia diz que não tem culpa pelos apagões em Manaus

(Foto: Éder França/CMM)

Manaus (AM) – A Câmara Municipal de Manaus (CMM) recebeu os representantes da concessionária Amazonas Energia, nesta segunda-feira (26/05).

A sessão, foi proposta pelo vereador Eurico Tavares (PSD), e contou com a participação do diretor de Relações Institucionais da empresa, Radyr Gomes de Oliveira, e do gerente de Operações, Raimundo Nascimento Júnior.

Os representantes apresentaram detalhes sobre o funcionamento do sistema elétrico, além de esclarecerem quais são as responsabilidades da concessionária em relação à geração, transmissão e distribuição de energia.

Raimundo Nascimento explicou, por meio de uma apresentação de slides, que interrupções no fornecimento podem ocorrer por problemas em ativos de geração, transmissão ou distribuição, cada um sob responsabilidade de diferentes agentes do setor elétrico.

Segundo ele, no caso do apagão ocorrido no dia 7 de maio, um raio atingiu a linha de transmissão entre Jurupari e Oriximiná, o que derrubou a linha de 500 kV e afetou diretamente Manaus.

“O diagnóstico é feito pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), que gerencia toda a operação elétrica no país. No Norte, somos controlados pela unidade do ONS em Brasília”, explicou Radyr Gomes.

Mesmo após as explicações feitas por Raimundo por meio de slides, o vereador Eurico Tavares afirmou que os principais questionamentos da população seguem sem respostas.

“Conseguimos entender melhor alguns pontos, mas não tivemos resposta objetiva sobre o que será feito para melhorar o serviço. A população quer saber como será compensada pelos prejuízos causados pelas quedas de energia, e isso não foi respondido”, destacou.

O vereador Rodrigo Guedes (PP) também cobrou providências imediatas para o fim dos apagões nos bairros de Manaus.

Endividamento

Zé Ricardo (PT) reforçou que as reclamações da população são constantes e questionou os representantes da empresa sobre os investimentos e a questão financeira da concessionária.

“A Amazonas Energia está endividada. O que será feito? Quais investimentos estão planejados? Queremos saber o que vai mudar e melhorar”, questionou o parlamentar.

Sobre as tarifas cobradas, Radyr Gomes esclareceu que os valores são definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), não pela concessionária.

“A Aneel faz o cálculo e define a tarifa, levando em consideração os ativos e investimentos da distribuidora. Inclusive, tivemos uma redução recente na tarifa. Não é a Amazonas Energia que define os valores”, ressaltou.

Gomes também informou que as usinas de Aparecida e Mauá foram transferidas para a empresa Âmbar.

Para quem recorrer?

Ainda durante a sessão, o vereador Paulo Tyrone (PMB) levantou uma questão sensível para os consumidores.

“A alegação da empresa é que nem tudo é responsabilidade dela, mas, quando há uma queda que queima a geladeira do cidadão, ele quer saber para quem reclamar. Isso precisa ficar muito claro”, cobrou.

Raimundo Nascimento afirmou:

“Quando falamos de sistema elétrico em Manaus, um dos maiores ofensores nossos que causa desequilíbrio se dá em relação a carga desconhecida, que são os “gatos”. De 100% que a gente distribui 50% praticamente é desviado, tecnicamente é impossível que a gente dimensione o volume do desvio que temos na nossa cidade”.

Os representantes da Amazonas Energia afirmaram que muitos dos problemas são causados por fatores externos, como quedas de postes por acidentes de trânsito e a alta incidência de raios na região.

“Novo Airão é a cidade com maior incidência de raios no mundo. Não há rede de distribuição que suporte. Mesmo com sistemas de proteção, às vezes, é inevitável”, destacou Radyr.

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