Manaus, 28 de março de 2024
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Manaus, 28 de março de 2024

Brasil

Necroses e infecções: cirurgiã plástica é acusada de mutilar pacientes

Ao todo, 12 vítimas criaram um grupo de denúncias contra a médica, Milena Carvalho, as vítimas correram risco de morte devido as complicações

Necroses e infecções: cirurgiã plástica é acusada de mutilar pacientes

Foto: Divulgação

BRASIL – Uma cirurgiã plástica da clínica Lapitat, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, é investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por suposta negligência médica, após procedimentos estéticos, como mamoplastia e lipoaspiração malsucedidos.

Ex-pacientes da médica Milena Carvalho dizem que as cirurgias conduzidas por ela, em vez de trazerem bem-estar e satisfação com o próprio corpo, tornaram-se motivo de preocupação e até mesmo risco de morte.

Uma das vítimas ouvida pelo site Metrópoles desembolsou R$ 13.256 para fazer uma mamoplastia, com inserção de prótese nos seios. Esse tipo de cirurgia altera ou corrige o formato das mamas.

À PCDF ela contou que, um mês após a cirurgia, a mama direita estava inchada e os pontos se abriram. Ao procurar a médica via WhatsApp, a paciente foi informada que os seios estavam “lindos” e foi orientada a passar rifocina no local, medicamento que usou durante três meses.

Ao perceber que as mamas apresentavam necrose, a mulher procurou outro profissional da área. O médico a informou, por meio de relatório médico, que ela teria desenvolvido sequelas permanentes decorrentes do procedimento estético. Cerca de oito meses depois da cirurgia, a paciente relata que Milena a procurou para aconselhá-la a “fazer uma tatuagem” na região da aréola para “refazer o bico do mamilo”.

Leia mais: Cirurgião é denunciado à polícia e ao CRM por deformar narizes dos pacientes

Em julho deste ano, outra paciente procurou a médica e acertou a retirada de pele e gordura da barriga. A cirurgia custou cerca de R$ 30 mil, pagos à vista. Advogado da vítima, Jadson Carvalho Lino disse que outros médicos, procurados pela cliente antes de firmar acordo com Milena, exigiram o emagrecimento da paciente antes da realização do procedimento em questão.

Ele ressalta que o parecer da médica foi diferente dos demais profissionais do ramo. Todos haviam recomendado a perda de peso, alegando risco durante a cirurgia.

Ao todo, 12 vítimas criaram um grupo de denúncias contra a médica. As identidades serão preservadas por se tratar de tema sensível. Jadson Carvalho Lino representa quatro mulheres e acionou o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF).

Um segundo advogado representa outra vítima, que acionou o MPDFT, o CRM-DF e deixou relato no Reclame Aqui. Todas as vítimas registraram ocorrência na PCDF, que investiga os casos.

Segundo o relato de uma das pacientes, como consta no registro policial, a ferida infeccionou durante o pós-operatório. Preocupada com as deformações que se espalhavam pelo abdômen, ela enviou mensagem à médica, que teria respondido: “Tá normal. Tá lindona”.

A paciente, então, iniciou o tratamento com outro médico, que, ao detectar a gravidade da situação, determinou a internação imediata da paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Luzia. Houve necrose e infecção generalizada por causa das feridas do abdômen.

A mulher precisou passar por duas transfusões de sangue, devido à anemia, e foi submetida a outro procedimento cirúrgico antes de tratar a infecção, ocasionada por duas bactérias. Segundo consta no documento policial, Milena ficou vários dias sem dar qualquer suporte presencial à paciente.

O QUE DIZ A MÉDICA:

A Dra. Milena Carvalho repudia veementemente as acusações anônimas de não ter prestado apoio pós-operatório a qualquer paciente que ela tenha atendido.

A médica afirma que segue rígidos protocolos de cuidados e que acompanha seus pacientes antes, durante e depois dos procedimentos. Mesmos naqueles casos em que os pacientes não cumpriram o necessário protocolo, ela sempre esteve inteiramente à disposição para atender e solucionar qualquer situação que tenha ocorrido.

Todos os pacientes em pós-operatório são acompanhados de forma rigorosa pela médica. Já no pré-operatório todos têm acesso ao celular pessoal da Dra. e podem contatá-la dia ou noite, 7 dias por semana, 24 horas por dia. A médica fica sempre à disposição para as suas pacientes, bem como a sua equipe.

Os retornos pós-operatórios seguem um protocolo rígido e são orientados a serem realizados na sua clínica semanalmente no primeiro mês, após 3 meses, 6 meses e 1 ano, ou em qualquer outro tempo/ocasião se fizer necessário. Nos retornos são procedidas avaliações presenciais, curativos, realizadas fotografias de registro e orientações.

Somente em 2021, a médica realizou mais 200 cirurgias com absoluto zelo e profissionalismo. A grande maioria dos pacientes está totalmente satisfeita com o resultado dos procedimentos.

Importante destacar que a médica é reconhecida, respeitada e referência para importantes publicações na imprensa sobre a temática de especialidade dela.

A médica afirma ter sido procurada por pacientes que de forma insistente tentaram fazer com que fosse realizado um acordo financeiro, mas não aceitou por não ter nada a temer, uma vez que os fatos narrados são inerentes às cirurgias e a Dra Milena prestou, durante todo o processo, atendimento às pacientes que seguiram com ela.

A médica está abalada com as acusações anônimas e infundadas e teme as consequências desse massacre midiático para sua vida, já que hoje ela se encontra grávida de 4 semanas e enfrenta uma gestação de risco.

A Dra. se coloca à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento, reforça que os fatos narrados são infundados e que não há qualquer comprovação ou condenação contra ela na justiça por irregularidade em sua conduta como médica.”

*Com informações do site Metrópoles

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