RIO DE JANEIRO, RJ – Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) desenvolveram dois novos testes que prometem melhorar os diagnósticos de covid-19 no Brasil. Um dos testes já foi submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização na última terça-feira (18).
O teste submetido é o Kit Molecular Inf A/Inf B/SC2. Segundo a Fiocruz, ele é um teste do tipo RT-PCR que diferencia os vírus da Influenza A, B e do Sars-CoV-2, possibilitando o diagnóstico destas doenças em um único teste.
Segundo o virologista Fernando Motta, da Fiocruz, como os sintomas da influenza e da covid-19 são semelhantes, é desafiador identificar o causador da doença sem diagnóstico laboratorial.
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“A disponibilização destes kits no Sistema Único de Saúde (SUS) permitirá de modo econômico e com alto processamento a identificação viral oportuna destes agentes, com o método que é o padrão ouro para o diagnóstico das doenças causadas por vírus respiratórios no mundo”, explica o virologista, que também é pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC/Fiocruz. O laboratório atua como referência em vírus respiratórios para o Ministério da Saúde.
Identificação de variante
Já o outro teste desenvolvido, o kit molecular Quadriplex SC2/VOC, vai permitir a detecção e triagem das variantes Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron do vírus Sars-CoV-2, também com a tecnologia de PCR em Tempo Real (RT-PCR).
Seu uso é indicado para o diagnóstico e triagem viral a partir da identificação de cepas potencialmente importantes para a saúde pública e vigilância epidemiológica do país. O resultado desse teste indica a presença ou não dessas variantes.
Para a identificação da variante ainda seria necessário o sequenciamento genético da amostra. O teste Quadriplex deverá ser submetido para registro junto à Anvisa até a próxima semana.
“Ambos os kits moleculares são mais uma importante contribuição de Bio-Manguinhos em um momento em que vivenciamos um aumento de casos de covid-19, fruto da variante Ômicron, assim como estamos registrando um alto número de infectados pela influenza. Tais testes atestam a expertise do Instituto no campo do diagnóstico, sempre com respostas rápidas em momentos sensíveis”, afirma o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Sotiris Missailidis.
Os novos testes foram desenvolvidos com o objetivo de apoiar as estratégias de enfrentamento da pandemia provocada pelo Sars-CoV-2 e suas variantes, e também dos casos de influenza, que vêm crescendo no país. A Fiocruz tem o diferencial de ter dentro da própria instituição toda a cadeia produtiva em saúde: desde a pesquisa, passando pelo desenvolvimento tecnológico até a produção final.
“Por isso, unimos todo a expertise do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz, que é referência da Organização Mundial da Saúde em covid-19 nas Américas, com a experiência e capacidade produtiva que já temos em Bio-Manguinhos”, destaca o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, Marco Krieger.
Produção de testes
Além do desenvolvimento de novos testes para atender às demandas de monitoramento epidemiológico da Rede de Vigilância em Vírus Respiratórios da CGLAB/MS, a Fiocruz tem sido responsável pela produção de testes para o diagnóstico da Covid-19 desde o início do enfrentamento à pandemia.
Até o momento, já foram fornecidos ao Ministério da Saúde cerca de 20 milhões de testes RT-PCR (moleculares). Em agosto de 2021, a instituição passou a produzir também testes rápidos de antígeno para os laboratórios públicos de todo o país.
O fornecimento de testes ao Ministério da Saúde tem ocorrido de acordo com o cronograma e demanda estabelecida junto à pasta. Até o momento, já foram entregues cerca de 45 milhões desses testes. Atualmente, a Fiocruz é o maior produtor nacional de testes rápidos para o diagnóstico da doença e o maior fornecedor do SUS.
(*) Com informações da assessoria
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