Olavo de Carvalho morreu nos Estados Unidos, nessa segunda (24), onde estava internado desde o último dia 15 de janeiro, com covid-19 (Foto: Screenshot/Amazonas1)
Olavo de Carvalho foi jornalista, astrólogo e se auto proclamava filósofo. Durante sua vida, colecionou declarações polêmicas.
Ele era considerado guru do presidente da República, Jair Bolsonaro e seus filhos, título que rejeitava. Olavo também era um feroz crítico e anticomunista e sempre se colocou à disposição de aliados do poder de Brasília.
Sem formação acadêmica, Olavo escrevia artigos científicos e chegou a criticar figuras históricas como Isaac Newton, a quem disse ter disseminado o vírus da burrice na Terra’, Giordano Bruno, que de acordo com ele, ‘não fez nenhuma descoberta’ e Galileu, a quem acusou de ter introduzido na física um ‘fundo de charlatanismo’.
O astrólogo não acreditava no aquecimento global e também acreditava que a AIDS não apresentava risco para heterossexuais ou seria um risco iminente para a humanidade, mas que seria uma ideia disseminada pela indústria farmacêutica.
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Em outra ocasião, Olavo acusou quem consome produtos da empresa Pepsi de ‘terceirizar o aborto‘, pois a empresa Pepsi-Cola estaria usando células de fetos abortados como adoçantes nos refrigerante. A empresa desmentiu o filósofo, que depois, se revoltou no Facebook.
“Ora, meu saco, como pode ser falsa a minha afirmação depois que a própria Pepsi suspendeu o uso dos fetos na fabricação do adoçante? Quem nega a realidade do fato é um mentiroso canalha, além de analfabeto. Minha afirmação não significa que as células de fetos estão nas latinhas, apenas que foram usadas para fabricar o adoçante“, disse ele no Facebook em 30 de dezembro de 2018.
Polêmico, Olavo teve seus discípulos nas redes sociais sendo referência ideológica do neoconservadorismo brasileiro, e ao longo dos anos, começou a ministrar aulas e palestras online.
Em 2019, ficou em evidência ao falar sobre terraplanismo, teoria da conspiração, em que afirmava que não havia estudado sobre o assunto: “Só assisti a uns vídeos de experimentos que mostram a planicidade das superfícies aquáticas“.
Olavo vivia em Virgínia, Estados Unidos, desde 2005, onde era opositor de Barack Obama.
O filósofo foi diagnosticado com covid–19, nove dias antes de morrer. Olavo tomou as atenções de opositores, pois desde o início da pandemia, se envolveu em escândalos relacionados à covid-19, já que era antivacina e defensor de tratamentos precoces sem eficácia.
Alinhado com as posturas de Bolsonaro em relação à pandemia da covid-19, criticou medidas de isolamento, uso de máscaras e ações para conter o vírus.
No Twitter, sua filha, Heloísa de Carvalho, afirmou que o escritor, de 74 anos, morreu em decorrência da covid-19.
“Olavo morreu de Covid. Não tem como eu sentir grande tristeza pela morte dele, mas também não estou feliz. [Estou] sendo sincera comigo e meus sentimentos. Que Deus o perdoe de todas as maldades que cometeu“, disse a filha de Olavo de Carvalho.
Relembre algumas publicações polêmicas de Olavo de Carvalho nos últimos anos:
Twitter 3 de abril de 2020
“Só um perfeito idiota pode imaginar que a disseminação do vírus chinês no mundo foi um acidente. Mas o Ocidente está repleto de perfeitos idiotas, diante dos quais os chineses têm um justificado senso de superioridade.”
Twitter em 24 de abril de 2020
“Essa campanha para nos ‘proteger da pandemia’ é o mais vasto e mais sórdido crime já cometido contra a espécie humana inteira.”
Twitter em maio de 2020
“O medo de um suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror para acovardar a população e fazê-la aceitar a escravidão como um presente de Papai Noel”, escreveu Olavo na sua conta de Twitter em maio de 2020.
Twitter em janeiro de 2021
“Dúvida cruel. O Vírus Mocoronga mata mesmo as pessoas ou só as ajuda a entrar nas estatísticas?”
Facebook em 7 de outubro de 2020
“O Brasil não quer vacina chinesa obrigatória, o STF quer. Quem manda mais? O Brasil não quer ideologia de gênero nas escolas infantis. O STF quer. Quem manda mais? O BRASIL NÃO MANDA NADA”
Twitter em 15 de junho de 2020
“Na França o primeiro-ministro e o ministro da Saúde que vetaram a cloroquina perderam os cargos e respondem a processo. No Brasil, xingado de genocida é o presidente que, liberando a cloroquina, salvou milhares de vidas. Esse país é o paraíso da ignorância”
Twitter em 5 de maio de 2019
“Qualquer filho da puta que, dentro do governo, seja desleal ao presidente Bolsonaro é desleal à nação brasileira.”
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